Cinco anos depois, TVI ultrapassa a SIC e volta a ser líder de audiências

Depois da aproximação da TVI à SIC, a estação de Queluz de Baixo leva a melhor em Fevereiro. Cristina Ferreira diz ao PÚBLICO que ambição passa agora por consolidar a liderança.

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TVI voltou a liderar audiências Nelson Garrido/Arquivo
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Cinco anos depois, a TVI voltou a ser líder de audiências em Portugal. A SIC, grupo que liderava esta contabilização desde Fevereiro de 2019, foi destronada este mês pela estação de Queluz de Baixo, com os dados a apontarem uma audiência em torno dos 16% na média de Fevereiro e uma vantagem de 0,6 pontos percentuais da TVI face à principal concorrente.

Cristina Ferreira esteve presente na reviravolta dada pela SIC em 2019, momento em que a estação do grupo Impresa quebrou uma hegemonia de audiências que durava há já 12 anos. Agora na TVI, admite ao PÚBLICO que esta ultrapassagem era já algo ansiado em Queluz de Baixo, sentimento reforçado pelas contas renhidas dos últimos meses.

“Tínhamos essa vontade [de ser líderes] e trabalhámos todos os dias para que isso acontecesse. Já tivemos meses de grande proximidade com a SIC ao longo destes quatro anos, distâncias mínimas que representavam às vezes médias de cinco ou dez mil espectadores”, relembra a administradora-executiva da Media Capital e directora de entretenimento e ficção da TVI.

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Cristina Ferreira mostra-se feliz por "quebra de ciclo" da SIC Miguel Manso/PUBLICO

A aproximação da TVI à SIC tem ocorrido há já vários meses, mas a estação do grupo Impresa tinha conseguido segurar até agora a vantagem na média do mês. Em Janeiro, por exemplo, SIC e TVI fecharam o mês a apenas duas décimas de distância (15,5% contra 15,3%), com a estação de Queluz de Baixo a perder terreno no prime time, tendência amenizada em Fevereiro que permitiu esta reviravolta.

“Em Janeiro já tínhamos tido mais vitórias [diárias] em relação à SIC. Percebemos que Fevereiro, sendo também o mês do aniversário, podia ser o mês em que conseguiríamos [a liderança]. Confesso que, ao longo desta semana, os dias nunca mais passavam”, atira, entre gargalhadas.

Se olharmos para os dados de audiências – faltando ainda apurar os dados do dia 29 Fevereiro –, a TVI liderou a maioria dos dias em Fevereiro, conseguindo, no dia 20 do mês transacto, uma vantagem de 4% de share face à SIC, uma das maiores diferenças entre as duas estações em todo o mês de Fevereiro. Do lado da estação do grupo Impresa houve fairplay: na comunicação mensal de audiências da SIC, a TVI é felicitada pela vitória na “guerra” de audiência.

“Essa é exactamente a mesma posição que tem a TVI, quanto mais luta tivermos do outro lado mais nos sentimos estimulados em ganhar. Mas o nosso principal objectivo é sempre o espectador. Não nos centramos no que os outros fazem, mas naquilo que achamos que seja um bom produto para captar o público. É óbvio que estamos sempre vigilantes ao que a concorrência faz – é parte do nosso trabalho”, reitera.

Mesmo que todos os programas sejam fundamentais para o sucesso de Fevereiro, o peso do entretenimento foi preponderante para a quebra de ciclo da SIC. A área está sob a responsabilidade de Cristina Ferreira, que reconhece que o sucesso – ou o contrário – de determinado programa pode ser crítico para os resultados finais.

“Ao nível do entretenimento, já conseguimos ser líderes durante muitos meses – se retirarmos a informação da equação. Mas a TVI é um todo, temos de ‘casar’ o entretenimento com a informação e é desse todo que chegamos a estes números de Fevereiro. A informação tem um peso de quatro horas por dia e o entretenimento são as outras 20”, analisa.

Apesar de ser momento de festa, Cristina Ferreira não desarma. Para a administradora-executiva, o mês trouxe uma “quebra de ciclo” da SIC, com a responsável a acreditar que a verdadeira consolidação da liderança nas audiências será feita nos meses vindouros.

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