Jack Teixeira negoceia acordo com acusação e pode ter atenuação de pena

Jovem norte-americano foi acusado de divulgar segredos militares e políticos dos EUA num canal do site Discord. Pena pode ficar abaixo dos 30 anos de prisão.

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Teixeira foi detido em Abril de 2023 Reuters/WCVB-TV
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Jack Teixeira, o jovem norte-americano que foi detido em Abril de 2023 e acusado de ser responsável por uma das maiores fugas de informação confidencial dos Estados Unidos nos últimos anos, chegou a um acordo com a acusação e vai dar-se como culpado perante um tribunal na próxima segunda-feira.

Teixeira, de 22 anos, natural dos Estados Unidos e neto de um português da ilha de São Miguel, foi acusado de seis crimes de divulgação ilegal de segredos militares e políticos e incorre numa pena de 30 anos de prisão a prisão perpétua.

Mediante o acordo com os procuradores, cujos pormenores não foram divulgados, Teixeira mudou a sua declaração de inocente para culpado e pode beneficiar de uma significativa atenuação de pena. Essa decisão final ficará ao critério do juiz que presidir ao julgamento, sob proposta da acusação.

Ex-militar nas forças de reserva da Guarda Nacional Aérea do estado do Massachusetts, onde trabalhava numa unidade de serviços de informação numa base em Cape Cod, Teixeira é acusado de ter transcrito e fotocopiado centenas de documentos com informação confidencial.

Entre os documentos secretos — que o jovem partilhou, entre Fevereiro de 2022 e Abril de 2023, com centenas de utilizadores num canal criado por si no Discord, um site muito usado por fãs de jogos de vídeo — destacavam-se informações sensíveis sobre as dinâmicas da guerra na Ucrânia e também sobre potenciais alvos de ataques contra interesses dos EUA no mundo.

Segundo os procuradores, a investigação criminal não encontrou provas de que Teixeira tinha quaisquer ligações a agências de espionagem estrangeiras, tendo agido motivado por uma desconfiança nas instituições e por uma crença em várias teorias da conspiração, principalmente a de que os tiroteios em escolas são provocados pelo Governo norte-americano por forma a poder retirar as armas aos cidadãos.

No decurso da investigação, alguns antigos superiores de Teixeira foram alvo de sanções disciplinares e transferidos para outras unidades, por não terem impedido o jovem de aceder a documentos confidenciais mesmo depois de vários sinais de alarme.

Os responsáveis pela investigação criticaram também as chefias militares por terem dado uma autorização de acesso a informação confidencial a Teixeira, um jovem que tinha sido suspenso na escola, em 2018, por insultos racistas e ameaças de violência com armas.

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