Inflação na zona euro abranda para 2,6%
Taxa desceu 0,2 pontos percentuais em Fevereiro, face a Janeiro, mas a inflação subjacente continua bem acima dos 3%, o que parece confirmar o cenário de manutenção das actuais taxas de juro.
A taxa de inflação harmonizada nos 20 países da moeda única europeia manteve em Fevereiro a tendência de descida retomada em Janeiro, mas o valor de 2,6% hoje anunciado pelo Eurostat fica ligeiramente aquém dos 2,5% estimados por economistas. Há um mês, a variação do Índice Harmonizado de Preços no Consumidor, que permite comparar a inflação entre os diversos países, tinha baixado ligeiramente para 2,8% (2,9% em Dezembro de 2023), em termos homólogos.
De acordo com a estimativa rápida da autoridade estatística europeia, todas as componentes da inflação devem registar abrandamentos no mês que agora terminou, mas algumas delas continuam longe da meta de 2% que o Banco Central Europeu (BCE) tem como objectivo, o que, na prática, parece confirmar a expectativa daqueles que consideram que o BCE irá manter as taxas de juro na próxima reunião sobre política monetária, na quinta-feira da próxima semana, 7 de Março.
Embora a inflação na Europa esteja a descer, este abrandamento do ritmo de crescimento dos preços ainda não será suficiente para convencer os responsáveis do BCE a cortarem já nas taxas de juro.
Uma das razões é o nível da inflação subjacente, que em Fevereiro terá ficado nos 3,3%, bem acima da meta dos 2%. Este indicador, que retira dos cálculos os produtos de preços mais voláteis, como energia e alimentos não processados, tem estado a cair mensalmente, mas o nível a que se encontra ainda parece alimentar incertezas aos decisores do BCE.
Por outro lado, a inflação nos serviços teima em não descer há praticamente quatro meses consecutivos. Depois de "estacionar" nos 4% entre Novembro de 2023 e Janeiro de 2024, este indicador terá registado, em Fevereiro, uma pequena descida para 3,9%. Esta "resistência" é outra das preocupações do BCE.
A variação do IHPC em Portugal foi de 2,3%, de acordo com os números provisórios divulgados na quinta-feira pelo INE. Croácia, Estónia e Áustria são os três países em que este indicador é mais alto (4,8%, 4,4% e 4,2%, respectivamente), ao passo que Letónia, Itália e Lituânia apresentam os valores menores (0,7%, 0,9%, 1,1%).