PJ deteve um dos “mais influentes” narcotraficantes do Porto

Homem de 38 anos estará associado a redes criminosas internacionais e liderará grupo que importará grandes quantidades de droga, em especial, cocaína, proveniente de países sul-americanos.

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Alegado narcotraficante estará associado a duas das maiores apreensões de cocaína feitas no Porto de Leixões Paulo Pimenta
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A Polícia Judiciária (PJ) deteve "um dos mais influentes narcotraficantes da cidade do Porto", procurado pela alegada prática de crimes de associação criminosa, tráfico agravado de estupefacientes e branqueamento, anunciou nesta quinta-feira aquela instituição.

O homem de 38 anos, considerado perigoso, estará ligado à distribuição de cocaína e heroína que abasteceria os principais revendedores instalados nos bairros sociais mais problemáticos do Porto, como a Pasteleira e o Cerco.

Nos últimos anos, diz a nota da Judiciária, este alegado narcotraficante foi-se destacando por se ter associado a organizações criminosas internacionais e por liderar um grupo relacionado com a importação de grandes quantidades de droga, em especial cocaína, proveniente dos países sul-americanos. "Com uma grande capacidade logística, tinha uma estrutura que lhe permitia retirar produto estupefaciente directamente de navios mercantes ou mesmo do interior dos portos marítimos. Está indiciado pela associação a duas das maiores apreensões de cocaína feitas no Porto de Leixões, no ano passado", afirma a PJ, que precisa que a detenção ocorreu nesta quarta-feira.​

"Foi detido nas imediações de uma das suas residências em Vila Nova de Gaia, após regressar do estrangeiro, para onde tinha fugido na sequência de uma das últimas operações desencadeadas pela PJ no porto marítimo de Leixões, que conduziu à detenção de quatro indivíduos e à apreensão de 100 kg de cocaína", detalha a PJ em comunicado. Esta droga daria para pelo menos um milhão de doses individuais.

Esta apreensão aconteceu em Outubro do ano passado, levando à detenção de quatro trabalhadores do Porto de Leixões, que se encontrariam a retirar a cocaína de um contentor. Três deles ficaram então presos preventivamente. Uns meses antes ocorreu outra apreensão, que também rondou os cem quilos de droga. Neste caso, o modo de transporte foi diferente: a cocaína foi colocada no casco de um navio.

Segundo explicou fonte da PJ ao PÚBLICO, os traficantes recorrem a mergulhadores que abrem os cascos de embarcações em zonas submersas, colocam a droga em compartimentos e fecham-nos. Quando chegam aos países de destino, como Portugal, é feita a operação inversa: o casco é novamente aberto e a droga retirada.

Após a segunda operação, o alegado narcotraficante terá viajado para um país europeu fora da União Europeia e mais tarde para o Brasil, onde terá estado nos últimos meses. Acabou por regressar a Portugal esta semana, tendo sido detido junto a uma das casas que usava no Grande Porto, mas que não seria a residência oficial. Na altura das buscas, foi encontrada uma pequena quantidade de resina de cannabis que a Judiciária admite ser para consumo próprio.

O detido possui antecedentes criminais por tráfico de droga e crimes violentos, tendo uma vasta ficha policial, acreditando a Judiciária que faz do crime um modo de vida. A operação da Judiciária foi conduzida pela Directoria do Norte daquela polícia, resultou ainda na apreensão, entre outros objectos, de duas armas de fogo, inúmeras munições e um colete balístico.

O detido deverá ser sujeito nesta quinta-feira a primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Instrução Criminal do Porto, que lhe aplicará as respectivas medidas de coacção.

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