Albee escreve para a crise de identidade americana (e não só)

Peça mal recebida quando se estreou em 1980, A Senhora de Dubuque ganhou outras leituras com os anos. No Teatro da Trindade, até 21 de Abril.

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Uma crise de identidade colectiva colocada em cena na peça de Edward Albee Adriano Filipe
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A Senhora de Dubuque estreou-se nos anos 1980. Mas a sua leitura pela encenação de Álvaro Correia trá-la aos nossos dias ALIPIO PADILHA
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Três casais, numa noite já avançada (ou seja, já com uns copos a mais), aproximam-se do fim de um convívio que começa a deixar cair máscaras e defesas. Jogam ao “20 Perguntas” (cada um pensa numa figura histórica ou popular e dá aos restantes a hipótese de, através da resposta a um máximo de 20 perguntas, adivinharem de quem se trata), começa a faltar a paciência para prosseguir com a brincadeira e, quando chega a vez do anfitrião, já ninguém quer realmente jogar. “Chamas-te Sam e esta é a tua casa”, dizem-lhe os restantes, tentando matar o jogo. E Sam (Fernando Luís) insiste, talvez porque esta seja a única forma de manter a conversa e o pensamento longe da frágil saúde da sua mulher, Jo (Manuela Couto), que não tardará a anunciar “Sou a tua mulher e estou a morrer”. A informação destina-se ao público, uma vez que os restantes dois casais (Álvaro Correia e Sandra Faleiro, Benedita Pereira e Renato Godinho) não são surpreendidos pela revelação.

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