Investimento estrangeiro em imobiliário no valor mais alto em 15 anos

Mais de metade dos 6800 milhões de euros de investimento directo estrangeiro destinaram-se ao imobiliário, segundo dados do Banco de Portugal, relativos a 2023.

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O Algarve integra o lote de três regiões que representam 80% do IDE acumulado em Portugal, a par da Grande Lisboa e do Norte Daniel Rocha (arquivo)
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As transacções de investimento directo estrangeiro (IDE) em Portugal foram de 6800 milhões de euros em 2023, menos 16% do que em 2022, sendo que mais de metade foi investimento imobiliário, divulgou hoje o Banco de Portugal (BdP). O IDE em imobiliário atingiu mesmo, no ano passado, o maior valor desde o início da série do BdP (2008), uma tendência que já se verificava no final do primeiro semestre.

Do total das transacções de IDE em Portugal no ano passado, mais de metade (3900 milhões de euros) foram relativas a investimento imobiliário (mais 22% do que em 2022).

Quanto ao total das transacções de IDE em 2023, a maior parte veio de países da Europa (4993 milhões de euros), seguido de países da Ásia (1175 milhões de euros).

No final do ano de 2023, o IDE acumulado em Portugal era de 180 mil milhões de euros (mais 10.600 milhões de euros face a 2022), ao passo que o stock do investimento directo de Portugal no exterior era de 64 mil milhões de euros. Estes números incluem todas as transacções, incluindo imobiliário e IDE financeiro, que não é contabilizado nos dados estatísticos da agência pública responsável pela captação de investimento estrangeiro, a AICEP.

O BdP disse hoje que "desde 2008 ambos os stocks têm aumentado, embora a ritmos diferentes". O IDE mais do que duplicou entre o final de 2008 e o final de 2023, enquanto o investimento directo de Portugal no exterior cresceu 22%.

No ano passado, as regiões da Grande Lisboa, do Norte e do Algarve concentravam mais de 80% do stock de IDE em Portugal.

A região de Lisboa era destino de um stock de investimento de 99.614 milhões de euros, o equivalente a 55,2% do total. Em segundo lugar, a região do Norte contabilizava um investimento directo estrangeiro de 16,5%, com 29.848 milhões de euros. Em terceiro lugar, mas já abaixo dos 10%, com 17.807 milhões de euros, o Algarve recebeu 9,9% do IDE total em Portugal.

Centro (11.259 milhões de euros e 6,2%), Madeira (8.645 milhões de euros e 4,8%) e Alentejo (6.174 milhões de euros e 3,4%) também foram algumas das regiões preferidas do investimento directo estrangeiro.

Já Setúbal, Oeste e Vale do Tejo e Açores foram as regiões portuguesas com menor ‘stock’ de IDE em 2023, totalizando, respectivamente, 3925 milhões de euros, 2614 milhões de euros e 524 milhões de euros.

O investimento directo é um investimento que implica o controlo ou importante grau de influência sobre uma empresa (compra de empresas, compra de importante participação numa empresa ou até concessão de empréstimos). O BdP passa a permitir a análise os dados do IDE desagregados ao nível regional, através da plataforma de dados estatísticos no portal do banco central, a BPStat.

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