Norte-americano imolou-se em protesto junto a Embaixada de Israel em Washington

Militar morreu no hospital após se ter imolado em frente à Embaixada de Israel em Washington. Protestava contra “genocídio” em Gaza.

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Imagem do Capitólio em Wahington REUTERS/Nathan Howard/File Photo
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Estou prestes a cometer um acto extremo de protesto, dizia Aaron Bushnell, oficial da Força Aérea americana, antes de se encharcar com um líquido inflamável. O público era quem assistisse à transmissão em directo no Twitch — uma rede social de streaming. Com um isqueiro, ateou o fogo: Não serei cúmplice do genocídio, afirmara, “comparado com o que as pessoas têm vivido na Palestina às mãos dos colonizadores, [este acto] não é nada extremo. Isto é o que a nossa classe dominante decidiu que será normal.”

No domingo, à porta da Embaixada de Israel em Washington, D.C., o militar ardia enquanto gritava Palestina livre”. De fundo, ouvia-se a polícia: “Posso ajudá-lo?”; e depois: “Deite-se no chão!" Socorrido pelos serviços secretos dos EUA, Bushnell não resistiu aos ferimentos graves e acabou por morrer no hospital. Mais tarde, o vídeo foi eliminado da plataforma, e substituído por uma mensagem que acusava o canal – sem outras publicações e com a bandeira da Palestina como foto de perfil – de violar as directrizes do site.

Ainda assim, o homem que se imolou este domingo foi identificado através do LinkedIn numa conta com o mesmo nome que usou no vídeo. Era oficial da Força Aérea desde 2020 no Texas – quando gravou o vídeo, estava a usar uniforme –, e estava a estudar Engenharia de Software na Universidade de Southern New Hampshire. Bushnell, que vivia em San Antonio, no Texas, escreveu na conta da rede social: “Estou à procura de programas SkillBridge para transferir as minhas aptidões para a área da carreira de engenharia de software.

Segundo o The New York Times, a polícia investigou um “veículo suspeito” que se encontrava perto do local, mas não havia sinal de explosivos. De acordo com o jornal, não houve feridos na embaixada. Segundo o Economic Times, o militar terá informado os órgãos de comunicação social através de uma mensagem: “Hoje, estou a planear envolver-me num acto extremo de protesto contra o genocídio do povo palestiniano.”

De acordo com o porta-voz do Ministério da Saúde da Palestina, que é controlado pelo Hamas, o número de mortos em Gaza atingiu hoje os 29.700, tendo morrido pelo menos 90 pessoas nas últimas 24 horas e 164 outras ficado feridas. Houve intensos ataques e violentos bombardeamentos de áreas no Sul da Faixa”, disse o porta-voz acerca das mais recentes investidas da guerra. Este fim-de-semana, no sábado, em Telavive, milhares de manifestantes insurgiram-se contra a reforma judicial proposta pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e pediram eleições e libertação dos reféns.

Texto editado por Ivo Neto

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