Zelensky diz que a Ucrânia perdeu 31 mil militares desde o início da invasão russa

É a primeira admissão pública do número de mortos pela Ucrânia em mais de um ano. Presidente ucraniano diz que este é o “momento mais difícil para a unidade” do país.

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Zelensky fez um balanço dos dois anos de invasão EPA/SERGEY DOLZHENKO
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A Ucrânia perdeu 31 mil militares desde o início da invasão, revelou este domingo o Presidente Volodymyr Zelensky, numa rara admissão pública do número de baixas.

A estimativa divulgada por Zelensky é a primeira feita oficialmente pela Ucrânia desde o final de 2022, quando o seu conselheiro presidencial, Mykhailo Podolyak, tinha dito que 13 mil soldados ucranianos tinham morrido desde o início da invasão.

“Trinta e um mil soldados ucranianos morreram nesta guerra. Não foram 300 mil nem 150 mil, Putin mente. Mas, de qualquer maneira, é uma grande perda para nós”, afirmou o Presidente.

Zelensky disse não poder revelar o número de militares feridos ou desaparecidos em combate porque essa informação poderia beneficiar a Rússia no planeamento das suas operações. Moscovo não revela quaisquer informações acerca das suas baixas, que são consideradas um segredo de Estado. Os analistas ocidentais acreditam que a Rússia terá perdas superiores a cem mil militares.

Numa conferência de imprensa em que fez um balanço dos dois anos desde que a Rússia lançou a invasão em larga escala, o Presidente ucraniano admitiu que “este é o momento mais difícil para a unidade” do país. “Se colapsarmos, no exterior e, Deus não o permita, cá dentro, então este será o momento mais frágil. Ainda não aconteceu”, afirmou Zelensky.

Reforçando a ideia de que o apoio ocidental é crucial para que a Ucrânia prevaleça, Zelensky disse que apenas 30% do milhão de munições prometidas pela União Europeia chegaram à Ucrânia. A escassez de munições tem sido um dos maiores desafios para o Exército ucraniano na linha da frente. Bruxelas disse em Janeiro que esperava fornecer à Ucrânia pouco mais de 500 mil munições até Março.

Horas antes da conferência de imprensa de Zelensky, o ministro da Defesa, Rustem Umerov, responsabilizou os atrasos no fornecimento de armamento pelos parceiros ocidentais pela incapacidade da Ucrânia em recuperar território ocupado pela Rússia. Segundo Umerov, cerca de metade das armas ocidentais chegou mais tarde do que o previsto. “Estamos a fazer todos os possíveis e impossíveis. Mas sem a entrega atempada [de armas ocidentais] é difícil para nós”, afirmou.

Zelensky disse ainda que as forças ucranianas possuem um plano “claro” para organizar uma nova contra-ofensiva, mas não revelou mais pormenores por razões de segurança. Mas, avisou o Presidente, a Rússia irá levar a cabo novas acções ofensivas no final de Maio ou durante o Verão. “Iremos preparar-nos para o assalto deles”, garantiu.

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