Corpo do opositor político russo Navalny foi entregue à mãe

Porta-voz do activista político admite que não sabe se as autoridades russas vão “interferir” com o tipo de funeral que “a família quer e o Alexei merece”.

,Morte e funeral de Alexei Navalny
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Panfleto de homenagem a Navalny num poste junto à embaixada da Federação Russa em Washington D.C. EPA/SHAWN THEW
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Mãe de Alexei Navalny, Lyudmila Ivanovna, acompanhada pelo advogado Alexei Tsvetkov, à saída do escritório do Comité Regional de Investigação, na cidade de of Salekhard Reuters/MAXIM SHEMETOV
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Mãe de Alexei Navalny, Lyudmila Ivanovna, acompanhada pelo advogado Alexei Tsvetkov, à saída do escritório do Comité Regional de Investigação, na cidade de of Salekhard Reuters/MAXIM SHEMETOV
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Inúmeras pessoas têm deixado flores no memorial erguido em memória dos prisioneiros político, em São Petersburgo, na na Rússia EPA/ANATOLY MALTSEV
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Vigília em memória de Navalny, em Zagreb, na Croácia EPA/ANTONIO BAT
Steven Sim Chee Keong
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Vigília em memória de Navalny, em Zagreb, na Croácia EPA/FILIP SINGER
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Vigília em memória de Navalny, em Zagreb, na Croácia EPA/FILIP SINGER
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Inúmeras pessoas têm deixado flores no memorial erguido em memória dos prisioneiros político, em São Petersburgo, na na Rússia EPA/ANATOLY MALTSEV
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Inúmeras pessoas têm deixado flores no memorial erguido em memória dos prisioneiros político, em São Petersburgo, na na Rússia EPA/ANATOLY MALTSEV
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Inúmeras pessoas têm deixado flores no memorial erguido em memória dos prisioneiros político, em São Petersburgo, na na Rússia EPA/ANATOLY MALTSEV
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O corpo de Alexei Navalny foi entregue à sua mãe, Lyudmila Ivanovna, informou este sábado Kira Yarmysh, porta-voz do activista e opositor político russo que morreu no passado dia 16, numa penitenciária na Sibéria, onde cumpria uma pena de prisão por crimes que negava e que dizia terem motivações políticas.

Numa mensagem publicada no X (antigo Twitter), em que deu a notícia sobre a entrega do corpo, Yarmysh agradeceu “a todos aqueles que exigiram” este desfecho às autoridades russas e disse que “o funeral ainda está pendente”.

Num vídeo publicado há poucos dias no canal do YouTube do filho, depois de ter sido finalmente autorizada a ver o corpo, na morgue de Salekhard, após várias tentativas, Ivanovna acusou as autoridades do país de estarem a fazer “chantagem” consigo com o intuito de serem elas a “definir as condições sobre onde, quando e como Alexei deve ser enterrado”.

Segundo a Reuters, Ivanovna terá sido informada pelos responsáveis pela investigação das causas da morte de Navalny de que, se não aceitasse um funeral “secreto”, o activista político seria enterrado na prisão onde morreu.

Yulia Navalnaya, viúva do opositor político, já tinha acusado neste sábado a Rússia de ter feito o corpo de Navalny “refém”, reforçando os apelos para que fosse entregue à família “sem condições”. “Torturaste-o vivo e agora continuas a torturá-lo morto”, atirou, numa mensagem de vídeo dirigida ao Presidente russo, Vladimir Putin.

“Ainda não sabemos se as autoridades irão interferir para que [o funeral] seja realizado da forma como a família quer e o Alexei merece”, admitiu, no entanto, Yarmysh, na sua publicação no X, revelando que a mãe de Navalny ainda se encontra em Salekhard.

De acordo com a equipa de Navalny, que responsabiliza o Kremlin pela morte do opositor do regime de Vladimir Putin, a certidão de óbito providenciada pelas autoridades russas diz que a morte se deveu a “causas naturais”.

Alexei Navalny tinha sido transferido no final do ano passado, numa altura em que os seus aliados alertavam para o seu frágil estado de saúde, de uma prisão nos arredores de Moscovo, para a colónia penal siberiana onde veio a morrer.

Principal rosto da oposição política ao regime russo, já tinha estado às portas da morte em Agosto de 2020, depois de, segundo os médicos que o trataram na Alemanha, ter sido envenenado com o agente nervoso Novichok, uma arma química associada aos serviços secretos russo.

O Kremlin negou qualquer envolvimento do Estado russo nesse episódio e também refutou as acusações da equipa de Navalny e dos Governos ocidentais de que teve responsabilidades na morte do opositor político.

No início de 2021, quando regressou à Rússia, Navalny foi detido. Nos meses e anos seguintes, foi condenado por vários crimes, como fraude, apoio a uma “rede extremista” ou violação de liberdade condicional, numa pena total de 30 anos de prisão, aos quais respondeu denunciando uma “perseguição” do Governo russo contra si.

O Kremlin tem recorrido a uma forte repressão para impedir que Navalny seja transformado num mártir. Desde a sua morte, centenas de russos foram detidos por terem prestado homenagem pública ao activista, organizando vigílias ou simplesmente deixando flores em monumentos nas cidades da Rússia.

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