“O jornal como recurso pedagógico III”

Formação para professores antecede concurso “Vamos Fazer um Plano”

Promovida em conjunto pelo Plano Nacional das Artes e o PÚBLICO na Escola, ACD decorre no Agrupamento de Escolas Garcia de Orta, no Porto, e online. Na quarta-feira, 28 de fevereiro, à tarde.

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Kátia Coelho e Vítor Coelho, professores do AE de Castro Daire, com alunos e a diretora de arte do PÚBLICO, Sónia Matos, na redação do PÚBLICO, em Lisboa, em junho de 2022. Daniel Rocha

O PÚBLICO na Escola e o Plano Nacional das Artes (PNA) voltam este mês a promover uma ação de formação de curta duração (ACD) para professores, tendo como tema "O jornal como recurso pedagógico". À semelhança do que aconteceu nos anos anteriores, funciona como um momento de aprendizagem para professores que queiram trabalhar a literacia mediática, mas também como preparação dos que tencionam envolver-se no concurso "Vamos Fazer um Plano". Depois de ter passado pelo Liceu Camões e pela redação do PÚBLICO em Lisboa, este ano ruma ao Porto. É já no dia 28 de fevereiro, entre as 16h30 e as 19h30, no Agrupamento de Escolas Garcia de Orta, com transmissão online.

O convite é feito a educadores de infância e professores dos ensinos básico e secundário e de educação especial. Num primeiro momento, terão oportunidade de ouvir a comissária do Plano Nacional de Leitura, Regina dos Santos Duarte, falar sobre o Plano Nacional de Literacia Mediática. Depois poderão acompanhar, com a professora e coordenadora do PÚBLICO na Escola Luísa Gonçalves, como tornar o jornal um recurso recorrente no contexto de sala de aula. De seguida, em jeito de preâmbulo do concurso "Vamos Fazer um Plano", Bárbara Simões, jornalista e coordenadora do PÚBLICO na Escola, e José Soares, designer do PÚBLICO, partilharão dicas para fazer um plano — termo jornalístico para um trabalho que ocupa duas páginas, lado a lado, e que é mote para o concurso.

As inscrições na ACD, tanto para o formato presencial como para o online, poderão ser feitas, até ao dia 27 de fevereiro, através de um formulário.

Ser inspirado por quem já fez

O concurso "Vamos Fazer um Plano", organizado em conjunto pelo PNA e pelo PÚBLICO na Escola, destina-se a alunos do 3.º ciclo do ensino básico e do ensino secundário; são desafiados a escrever, num trabalho jornalístico que ocupe duas páginas lado a lado, sobre a cultura do território que habitam. A publicação, num caderno especial do PÚBLICO, dos cinco trabalhos vencedores é precedida de uma mentoria com a equipa do jornal, na redação do PÚBLICO em Lisboa.

No próximo dia 28, antes da apresentação da edição deste ano do concurso, pelo comissário do PNA, Paulo Pires do Vale, e já depois de terem ficado a conhecer como se faz um plano, os professores poderão inspirar-se em quem já participou. E ganhou não uma, mas duas vezes.

Desta vez, no momento de partilha de testemunhos, professores e alunos do Agrupamento de Escolas de Castro Daire partilharão o processo e os principais desafios que encontraram nas edições de 2021-22 e 2022-23. Ao PÚBLICO na Escola, os professores Vítor Coelho e Kátia Coelho dizem que só têm coisas boas para contar. "O facto de os alunos poderem contactar com tudo aquilo que os rodeia fora da sala de aula, fora da escola, só por si já é motivante para eles", comenta Kátia Coelho, que é Professora de Informática e apoia os alunos na edição das fotografias que vão tirando.

Ter disponibilidade extra-aulas não é fácil, mas o tempo tem-lhes provado que vale a pena. Tanto pelo impacto nos alunos como pelos ecos que se fazem sentir no município. Depois de um plano sobre uma estação arqueológica ao abandono, a Câmara Municipal renovou-a. E a seguir a um segundo plano sobre tradições locais, entre as quais a produção de peças de barro preto de Ribolhos por artesãos locais, surgiu um olhar renovado para esta prática artística. "Depois de o trabalho ter saído no PÚBLICO, foi inaugurada a Oficina do Barro Negro na aldeia de Ribolhos", conta o professor Vítor Coelho com orgulho.

"O interior está muito abandonado em termos de investimento na cultura. As câmaras preocupam-se muito com fazer estradas e isto passa um bocado ao lado, mas a partir do momento em que é valorizado num jornal como o PÚBLICO, eles mexem-se — e têm feito outras coisas", comenta. A colega concorda e acrescenta que a própria imprensa regional procurou estes artesãos e quis ouvir as suas histórias. Dentro da escola, também ficou o lastro: ainda antes do final do ano letivo darão início ao roteiro pedagógico que pensaram paralelamente ao plano "Este artesanato não é só do passado", no qual alunos mais velhos serão os guias dos mais novos.

Na quarta-feira, no Porto, aos professores Vítor Coelho e Kátia Coelho juntar-se-ão dois vencedores da primeira edição do concurso "Vamos Fazer um Plano", Érica Pereirinha e Rodrigo Pinto, e outros dois da segunda, Rodrigo Silva e Tiago Ferreira.