As sete vidas de Pedro Nuno Santos

De cada vez que Montenegro aparecer, os jornalistas vão perguntar-lhe o que fará se o PS ganhar as eleições sem maioria. Como acontecera antes do “não é não” ao Chega, a sua agenda está condicionada.

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1. O debate tinha acabado de começar e, entre a perturbação da gritaria policial e a ansiedade criada pelo “combate decisivo”, não foi fácil perceber de imediato que Pedro Nuno Santos mudou a trajectória da campanha eleitoral ao dizer que nem iria pedir a rejeição de um governo minoritário da AD, nem votaria favoravelmente qualquer rejeição apresentada por outro partido. Com duas simples frases reequilibrou a favor do PS os danos morais do prometido chumbo ao governo dos Açores, onde o PSD precisa do Chega para formar maioria; deu ao país um sinal de humildade democrática; fez prova de que o seu partido tem um compromisso com a estabilidade e a governabilidade; e, perante um Luís Montenegro aturdido, em silêncio com a ousadia e surpresa da novidade, colou à AD um selo de intransigência que lhe abre um problema junto do eleitorado moderado.

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