Há muita gente que escreve (ou alguém escreve por eles) livros de memórias aos 30 anos, mesmo que tenha pouco que contar. Aos 30 anos, Artur Jorge já teria muito que contar, mas as únicas coisas que escreveu durante os seus 78 anos de vida foram um livro de poesia e “as mais lindas cartas de amor” à mulher Lena. Nunca iria escrever uma autobiografia. “As pessoas sabem a minha história, mais ou menos, uma pessoa que foi jogador e treinador e não sei quê, e os golos”, contava numa entrevista à Visão em 2010. Artur Jorge, homem maior do futebol português, foi um avançado goleador, treinador campeão europeu. Mas também foi estudante com alma de revolucionário, poeta, sindicalista e coleccionador de arte. Um curioso do mundo e das “coisas bonitas”, como ele tanto gostava de dizer, que lá estão dentro.
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