Costa defende o seu legado e fala aos jovens (eleitorado que escapa ao PS)

O primeiro-ministro esteve na apresentação do livro de Miguel Costa Matos e elogiou os resultados dos governos socialistas, fez notas à campanha e tentou agarrar os jovens que escapam ao PS.

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António Costa, primeiro-ministro, elogiou o livro de Miguel Costa Matos, que propõe "30 ideias para mudar o país" LUSA/CARLOS M. ALMEIDA;Carlos M Almeida
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António Costa deu esta quarta-feira nota positiva ao seu sucessor, o actual secretário-geral socialista e aproveitou para ensaiar uma acção de campanha eleitoral elogiando o seu próprio legado como primeiro-ministro e apontando depois aos jovens do país, precisamente um eleitorado em que o PS tem tido dificuldades para penetrar.

Na apresentação do livro de Miguel Costa Matos, secretário-geral da JS, e ao lado do ministro do Ambiente da Acção Climática, Duarte Cordeiro, apoiante de sempre de Pedro Nuno Santos, o ainda primeiro-ministro aproveitou para criticar a oposição do PS (sem falar nem em esquerda, nem em direita). Em jeito de balanço dos debates televisivos, António Costa afirmou que "existem mais novidades no campo de quem tem governado nestes últimos anos do que no campo de quem se tem oposto à governação".

Ainda antes do arranque oficial da campanha – e com os últimos dias marcados nos cenários de acordos ou viabilizações de governos do PS e da Aliança Democrática - Costa deixou um recado. "É importante que a política se faça com ideias e propostas" e que "o debate se centre nisso".

Logo a seguir, de olhos postos na geração mais jovem, que o PS tem tido dificuldade de captar nas urnas, o primeiro-ministro e ex-líder do PS focou o seu discurso na "geração charneira", que "tem de ser agarrada" para transformar a economia do país.

Para isso, reforçou Costa, é preciso "qualificação e inovação", que diz ser a receita socialista. "A mutação do nível de qualificação do nosso país teve transformações concretas", lembrou, notando o aumento de doutorandos, investigadores e patentes, nomeadamente desde que o PS assumiu a liderança do executivo em 2015. "Ao contrário do que a direita sustentou durante muitos anos, não é o trabalho infantil, nem a contrafacção, nem os baixos investimentos que atrai o investimento, mas a qualificação e capacidade de inovação", declarou.

Recordando o aumento do valor das exportações em percentagem do PIB e o "aumento histórico da balança externa", Costa defendeu o legado de Costa (que Pedro Nuno Santos ora elogia, ora considera insuficiente). Elogiado o seu legado, Costa lembrou que "o grande desafio societal" é a organização "da ponte entre a geração que temos e a economia que queremos". Numa alusão à transformação económica que Pedro Nuno Santos tem prometido, Costa lembrou que a economia ambicionada "não vive só do lítio, das energias renováveis e do digital".

"A economia de valor acrescentado que o Miguel refere e geradora de maior rendimento que tem falado o secretário-geral socialista é possível porque hoje temos um capital humano que antes não tínhamos", afirmou, vincando a importância de aproximar os salários dos jovens portugueses aos salários da média europeia.

À direita, a única farpa deixada por Costa foi à Iniciativa Liberal, criticando a proposta de redução do IRS para 15% para todos os trabalhadores, uma vez que "isso acaba com o IRS Jovem" e que coloca os jovens "a pagar mais".

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