Tiago Oliveira confirmado como o novo secretário-geral da CGTP

Comissão executiva da CGTP indicou o nome do dirigente da União de Sindicatos do Porto para substituir Isabel Camarinha na liderança da central sindical.

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Tiago Oliveira, de 43 anos, será o novo líder da CGTP direitos reservados
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Tiago Oliveira, 43 anos, e actual coordenador da União de Sindicatos do Porto, vai ser o novo secretário-geral da CGTP-Intersindical nos próximos quatro anos, sucedendo a Isabel Camarinha. O nome foi indicado nesta segunda-feira pela comissão executiva da CGTP e terá ainda de ser votado no congresso marcado para os dias 23 e 24 de Fevereiro, tal como o PÚBLICO já tinha noticiado.

Num comunicado, a CGTP anuncia que na reunião desta segunda-feira a comissão executiva tratou de aspectos relativos à composição da próxima comissão executiva e do secretariado “para reflexão e aprovação pelo novo conselho nacional”, e “decidiu ainda sugerir Tiago Oliveira para exercer as funções de secretário-geral da CGTP para o mandato de 2024/2028”.

Uma das características que sobressai no novo líder da intersindical é a idade, já que tem apenas 43 anos o que significa que poderá manter-se no cargo por mais do que um mandatos, pelo menos à luz da regra que prevê que os sindicalistas não podem candidatar-se a um novo mandato quando têm a perspectiva de atingir a idade de reforma nos quatro anos seguintes – como agora aconteceu com a ainda secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha.

De acordo com a biografia divulgada pela CGTP, Tiago Oliveira é mecânico na Auto-Sueco, dirigente sindical desde 2006 e coordenador de uma das maiores uniões de sindicatos da central, cargo que assumiu em 2016. É também membro do conselho nacional desde 2012 e faz parte da comissão executiva.

A biografia oficial não o refere, mas o nome que se segue na Intersindical faz parte do comité central do PCP e foi candidato da CDU à União de Freguesias de S. Mamede de Infesta e Senhora da Hora, Matosinhos.

Tiago Oliveira tem sido, nos últimos anos, o rosto da CGTP nas manifestações do 1.º de Maio no Porto. No ano passado, o Dia do Trabalhador coincidiu com a entrada em vigor das alterações à legislação laboral no âmbito da Agenda do Trabalho Digno, documento que o dirigente criticou por “perpetuar a precariedade e a caducidade da contratação colectiva".

Ligação ao PCP criticada

O nome indicado não terá sido consensual entre todos os membros da comissão executiva, órgão que junta sindicalistas das várias correntes de opinião política e ideológica, nomeadamente a comunista, a católica e a socialista.

Sem pôr em causa as qualidades e a capacidade de liderança de Tiago Oliveira, alguns elementos da comissão questionam a sua ligação ao PCP, apurou o PÚBLICO, à semelhança do que aconteceu no passado com outros secretários-gerais.

Contudo, isso não deverá pôr em causa a sua eleição no congresso, uma vez que a corrente comunista tem maior número de elementos nos órgãos da central.

Recorde-se que, em 2020, a corrente socialista apresentou um candidato próprio, durante o congresso. Fernando Gomes disputou a liderança com Isabel Camarinha, mas a dirigente teve a maioria dos votos do conselho nacional (115 votos em 147).

No 15.º congresso da CGTP, além da eleição do novo secretário-geral, vão ser substituídos 38 dos 147 dirigentes que integram o conselho nacional. Entre os que saem, 19 atingiram o limite de idade e os restantes foram substituídos na coordenação das uniões ou federações sindicais.

Além de Isabel Camarinha, que tem 63 anos e no decurso de um próximo mandato atingiria os 67, saem também por limite de idade outros nomes de peso. É o caso de Mário Nogueira, líder da Federação Nacional dos Professores (Fenprof); José Manuel Oliveira, coordenador da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans); Libério Domingues, ex-coordenador da União de Sindicatos de Lisboa; e Vivalda Silva, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores de Serviços de Portaria, Vigilância, Limpeza, Domésticas e Actividades Diversas (STAD).

Estes dirigentes deixam os órgãos da CGTP, mas poderão continuar à frente das federações e sindicatos até ao fim dos respectivos mandatos.

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