Grande meteoro observado no céu no Norte de Portugal
Há relatos de avistamentos da “bola de fogo” em várias localidades do país, entre as quais Braga, Famalicão, Guimarães e Gaia. Hora depois, outro grande meteoro cruzou o céu do Norte de Portugal.
Um meteoro de grandes dimensões, ao qual se dá o nome de bólide, terá entrado este domingo na atmosfera da Terra e o seu rasto foi observado no céu em várias regiões do Norte de Portugal por volta das 18h30 de domingo.
O Centro Ciência Viva de Braga confirmou ao PÚBLICO que o observatório situado em Gualtar, Braga, recebeu relatos de avistamentos em diversas localidades, ente as quais Braga, Famalicão, Arcos de Valdevez, Póvoa de Lanhoso, Esposende, entre outras.
No entanto, as câmaras da rede AllSky7 do Centro Ciência Viva de Braga não têm qualquer registo visível à hora dos relatos recebidos (18h26), o que poderá estar relacionado com o facto de que “para que possa existir o registo de bólides ‘diurnos’ estes têm de ser mesmo muito brilhantes”. “Neste caso, julgamos que a razão para que [o meteoro] não fosse detectado tenha que ver com o facto de ter acontecido muito perto do horizonte — quase ao nível do nosso olhar. Isso é atestado pelo facto de existir um rasto de ‘fumo’, que permaneceu durante algum tempo, indicando que o evento deve ter acontecido abaixo dos 40-50 quilómetros de altitude e ter sido visível muito perto do horizonte visual”, explica João Vieira, director do Centro Ciência Viva de Braga.
Embora as câmaras do Centro Ciência Viva de Braga não tenham detectado o meteoro, o fenómeno foi fotografado e avistado por várias pessoas, que partilharam as imagens da “bola de fogo” nas redes sociais. Segundo o site Meteo Trás-os-Montes, há relatos de observação do fenómeno em Guimarães, Viseu, Montalegre, Vila Verde, Gaia ou Cabeceiras de Basto, com uma testemunha a contar ter visto, pelas 18h26, “um forte raio de luz seguido de intensa explosão”.
Outro grande meteoro horas depois em Portugal
João Vieira salienta que “estes acontecimentos ‘de avistamentos de meteoros’ — mais ou menos visíveis — são bastante frequentes”. “Todos os dias os sistemas terrestres de vigilância registam centenas de meteoros nos céus que correspondem, em todo o planeta, a várias toneladas de material que, vindo do espaço, entra na atmosfera provocando ‘rastos de luz’ que denominamos de meteoros”, diz o especialista, acrescentando que “um meteoro é um fenómeno que ocorre na nossa atmosfera, normalmente identificado como um traço luminoso de duração breve”.
“São vulgarmente conhecidos como ‘estrelas cadentes’ e resultam da entrada, a grandes velocidades, de pequenas partículas na nossa atmosfera. A altitude média típica da ocorrência dos fenómenos é de 90-100 quilómetros de altitude, na região da atmosfera terrestre denominada de Mesosfera – Termosfera. A duração temporal dos eventos visuais é usualmente inferior a um segundo, mas alguns eventos, denominados de bólides, podem durar vários segundos”, salienta o director do Centro Ciência Viva de Braga.
João Vieira diz ainda que a origem dos meteoros resulta dos vestígios “libertados de corpos de maiores dimensões do nosso sistema solar, como os cometas e asteróides”. “Estas pequenas partículas ficam a orbitar a nossa estrela, sofrendo interacções e perturbações, como todos os demais corpos do sistema solar, podendo depois colidir com a atmosfera terrestre com velocidades compreendidas entre os 30 e os 70 quilómetros por segundo”, nota.
Horas depois dos relatos do primeiro avistamento no domingo, o sistema do Centro Ciência Viva de Braga registou a observação de outro “grande meteoro” pelas 21h09.