Navalny: China recusa comentar “assunto interno” da Rússia. Reino Unido convoca diplomatas russos

Negócios Estrangeiros chineses recusaram-se a comentar a morte de Alexei Navalny por considerarem que é um “assunto interno da Rússia”. Xi Jinping é aliado de Putin e considera-o um “bom amigo”.

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Pequim e Moscovo são aliados firmes e reforçaram as suas relações Reuters/SPUTNIK
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O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês recusou-se este sábado a comentar a morte na prisão do principal opositor do Kremlin, Alexei Navalny, que descreveu como "um assunto interno da Rússia". "Trata-se de um assunto interno da Rússia. Não vou comentar", disse um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em resposta a uma pergunta de um jornalista da AFP.

Navalny, o principal opositor do Kremlin, morreu na sexta-feira numa colónia prisional no Árctico, anunciaram as autoridades russas, um mês antes das eleições que deverão prolongar o domínio do Presidente Vladimir Putin no país.

A sua morte aos 47 anos, depois de três anos de prisão e de um envenenamento que atribuiu ao Kremlin, priva a oposição russa da sua figura de proa, num momento de intensa repressão e em que Moscovo trava uma guerra na Ucrânia.

Pequim e Moscovo são aliados firmes e reforçaram as suas relações, mesmo quando os países ocidentais viraram as costas à Rússia na sequência da sua invasão militar da vizinha Ucrânia. O Presidente chinês Xi Jinping descreveu Putin como um "bom amigo".

Reino Unido convoca diplomatas russos

O Governo britânico convocou os diplomatas da embaixada russa na sexta-feira à noite para os informar de que as autoridades russas estão a ser consideradas "totalmente responsáveis" pela morte de Alexei Navalny

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido defendeu, em comunicado, que a morte de Alexei Navalny na prisão no Árctico, onde cumpria uma pena de 19 anos, deve ser "investigada de forma completa e transparente".

"Nos últimos anos, as autoridades prenderam-no com base em acusações forjadas, envenenaram-no com um agente neurotóxico proibido e enviaram-no para uma colónia penal no Árctico. Ninguém deve duvidar da natureza brutal do sistema russo", sublinhou um porta-voz da diplomacia britânica.

Por conseguinte, o ministério “convocou a embaixada russa (na sexta-feira) para deixar claro” que considera “as autoridades russas totalmente responsáveis” pela morte de Navalny.

Na sexta-feira, o chefe da diplomacia britânica, David Cameron, advertiu que o Presidente russo, Vladimir Putin, terá de "prestar contas" pela morte do opositor político, cuja coragem elogiou.

Questionado hoje pelos jornalistas à margem da Conferência de Segurança de Munique, David Cameron reafirmou que devem existir consequências e que o Reino Unido irá analisar "se determinadas pessoas são responsáveis” e se podem “tomar medidas e acções individuais".

"Quero deixar claro que vamos tomar medidas e exorto os outros a fazerem o mesmo", disse, avançando que irá reunir-se com os ministros dos Negócios Estrangeiros dos outros países do G7 em Munique.