Kylian Mbappé troca vida principesca por coroa real dos Bolas de Ouro

Em final de contrato, o avançado francês já fez saber que não irá renovar com o PSG e prepara-se para rumar a Madrid.

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Mbappé vai deixar o PSG Tolga Bozoglu
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A novela Kylian Mbappé entrou no último capítulo, com o avançado francês do Paris Saint-Germain a assumir, como definitivo, o adeus ao Parc de Princes.

Falta, apenas, a oficialização do desenlace que o universo do futebol espera e acredita, até, como algo inevitável... com a emancipação do príncipe da Cidade Luz, na rota do “colosso” de Madrid, rei da Champions e campeão dos Bolas de Ouro, a par do Barcelona, com 12 coroações (Cristiano Ronaldo, Ronaldo Nazário, Figo, Benzema, Modric, Cannavaro, Di Stéfano e Kopa).

Uma troca que não dispensará as mais refinadas engenharias financeiras, bem como uma redução salarial do campeão do Mundo de 2018. Sim, redução. Normalmente, a carreira dos profissionais de futebol é movida por propostas de valor acrescentado, sempre em busca da intangível independência financeira.

No caso de Mbappé, porém, o dinheiro deixou, há já algum tempo, de ser a principal alavanca das decisões desportivas... Até porque, para protelar o adeus do seu maior activo, o clube-estado parisiense que o Qatar resgatou ao abismo financeiro tinha quebrado todas as regras e barreiras da lógica de gestão e ultrapassado as fronteiras do capitalismo, para poder oferecer um vencimento estratosférico ao “puro sangue” do Parque dos Príncipes.

Um cheque incomportável e que nem o Real Madrid poderia cobrir, ficando-se pela... metade. Isto, sem mencionar o bónus de 100 milhões à disposição do avançado, caso permanecesse em Paris.

Mas, como na economia global, há sempre um extra que pode valer tanto ou mais do que todo o ouro ou zeros que possamos imaginar na conta bancária. E o Real Madrid tem exactamente o que o PSG de Nasser Al-Ghanim Khelaïfi e da Qatar Sports Investment ainda não conseguiu descobrir ou comprar: o mapa da Champions e, por consequência, das “Bolas de Ouro”.

Flores espera outra dimensão

Quique Flores, antigo treinador do Benfica, actualmente ao leme do Sevilha, anda há tempo suficiente no futebol para destacar precisamente esse pequeno grande detalhe. O espanhol, um dos muitos a quem foi solicitada uma opinião sobre o anúncio comunicado por Mbappé ao presidente e ao balneário do PSG, admitiu ter-se “divertido” ao longo de um bom par de anos à custa dos avanços e recuos da cada vez mais estafada notícia da saída de Mbappé de Paris. Mas, chegada a hora da verdade, Quique Flores não tem dúvidas: “Creio que a partir de agora conheceremos o Mbappé das ‘Bolas de Ouro’. Gostaria que viesse para Espanha... para atingir outra dimensão”, antecipa.

Com menos razões para sorrir, o também espanhol Luis Enrique, treinador do PSG, limitou-se a dizer que o clube está acima de qualquer jogador, além de que não dispõe de nenhuma informação sobre o tema, prometendo um comentário quando e se as partes interessadas o divulgarem.

Pipocas e merengues

Menos preocupado com a opinião pública, Tchouaméni, internacional francês do Real Madrid, expressou-se nas redes sociais através de um emoji de pipocas, dando força à narrativa da ida de Mbappé para os “merengues”. Naturalmente, os adeptos “blancos” açucararam a discussão, confiando nas supostas informações privilegiadas do centrocampista, prenúncio de uma transferência que poderá, finalmente, colmatar a saída de Cristiano Ronaldo.

Kylian Mbappé, o mais bem-sucedido avançado da história do PSG, com apenas 25 anos e 243 golos em 290 jogos pelos “Rouge-et-Bleu”, está, pois, prestes a encerrar um capítulo. Terceiro melhor marcador da história de selecção francesa, com 46 golos obtidos nas 75 internacionalizações (atrás de Olivier Giroud, com 56 em 129 jogos, e Thierry Henry, com 51 em 123), o pequeno tartaruga ninja, Donatello, prepara-se para entrar na via rápida e mostrar ao mundo a dimensão de que Quique Flores fala.

Cristiano Ronaldo também chegou a Madrid com 25 anos, marcando uma década no futebol mundial. Mbappé tem o exemplo do ídolo de infância e a fasquia nos 450 golos do português em Madrid.

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