População: saldo natural continua negativo, mas desagravou-se em 2023
O valor acumulado do saldo natural no ano passado foi de menos 32.650 pessoas, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística. Nascimentos aumentaram em relação a 2022.
O aumento de nascimentos registados no ano passado, em relação a 2022, é uma boa notícia num país em que o envelhecimento da população é elevado. Mas está longe de ser suficiente para alterar o rumo registado nos últimos anos no que diz respeito ao saldo natural (a diferença entre nascimentos e óbitos). Em 2023, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados nesta sexta-feira, o valor acumulado deste indicador foi de menos 32.650 pessoas.
O número é elevado, mas representa “um desagravamento” em relação ao ano anterior. Isso mesmo assinala o INE, na nota que acompanha a divulgação nesta sexta-feira das estatísticas vitais. Segundo o documento, o saldo natural acumulado de 2022 foi de menos 40.640 pessoas.
Para este resultado contribuiu o aumento do número de nascimentos registados no ano passado. Esta tendência de recuperação já se previa, tendo em conta o número de testes do pezinho realizados pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, de que o PÚBLICO deu notícia no mês passado.
Os dados agora divulgados pelo INE confirmam-no. “O número total de nados-vivos registado em 2023 (85.909) foi superior ao verificado em 2022 (83.989), representando mais 1920 nados-vivos (mais 2,3%).”
Numa análise mensal, o INE refere que, “nos primeiros sete meses de 2023, com excepção do mês de Fevereiro (menos 0,1%), o número de nados-vivos foi sempre superior ao registado em 2022”. Já em Agosto e Setembro registaram-se decréscimos de 5,4% e de 2,2%, respectivamente. Os valores voltaram a subir em Outubro (mais 2,3%) e em Novembro (mais 1,7%), mas registaram um novo decréscimo em Dezembro, ligeiro em relação ao mesmo mês de 2022: menos 0,2%. Em Dezembro de 2023 registaram-se 7125 nados-vivos.
Quanto à mortalidade, confirma-se uma redução em 2023 quando comparada com o ano anterior. No ano passado, o número de óbitos foi de 118.862, menos 6030 óbitos do que os registados em 2022 (menos 4,8%). Segundo o INE, “o número de óbitos devido a covid-19 foi de 2132 (6847 em 2022), correspondendo a 1,8% do total de óbitos (5,5% em 2022).
Nas últimas semanas de 2023 e nas primeiras deste ano, Portugal registou um excesso de mortalidade relativamente ao esperado para a época, especialmente acima dos 45 anos. Esse período foi especialmente marcado pela actividade gripal e períodos de baixas temperaturas.
Nas estatísticas vitais, o INE apresenta dados preliminares da mortalidade em Janeiro, referindo que no primeiro mês de 2024 se “registaram 13.415 óbitos”. Um “valor superior ao registado em Dezembro de 2023 (mais 1272 óbitos; mais 10,5%) e em Janeiro de 2023 (mais 1467 óbitos; ou seja, um aumento de 12,3%).
A divulgação do INE também faz uma breve análise ao número de casamentos celebrados, que no ano passado se mantiveram em linha com os registados em 2022. No total, “foram celebrados 36.969 casamentos em 2023, mais 17” do que no ano anterior.