Maior sindicato da CGD convoca greve para 1 de Março

Administração “estranha” iniciativa quando decorrem negociações para aumentos salariais, considerando que iniciativa “corre o risco de confundir processos negociais com posições políticas”.

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Aumento de lucros da CGD, presidida por Paulo Macedo, leva sindicatos a reclamar aumentos salariais maiores LUSA/MIGUEL A. LOPES
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O sindicato mais representativo dos trabalhadores da Caixa Geral de Depósitos (CGD), o STEC, anunciou esta sexta-feira a marcação de uma greve para 1 de Março, uma paralisação decidida após a terceira ronda negocial com a administração, que "contrapôs um aumento salarial de 3,25% para 2024", refere a estrutura sindical, que reivindica aumentos de 5,9%, e um mínimo de 110 euros.

A decisão foi tomada em Plenário Nacional de Delegados Sindicais do STEC, “bastante participado, com a presença de mais de uma centena de delegados, em que foi abordado o preocupante momento que se vive na empresa quanto à generalizada degradação e deterioração das condições de trabalho, onde se incluem as negociações salariais para o ano de 2024”, refere a estrutura em comunicado.

O sindicado dá conta ainda que “tendo ocorrido ontem a terceira reunião negocial entre o grupo negociador do STEC e da CGD, com a administração a persistir em propostas de aumentos salariais irrisórios e absurdos, a última de 3,25%, é manifesta a desvalorização do factor trabalho nos lucros recorde que a CGD se prepara para apresentar, superiores a 1000 milhões de euros”.

Já a administração da CGD diz estranhar a marcação de uma greve quando as negociações ainda estão em curso e que esta paralisação corre o risco de confundir processos negociais com posições políticas.

Tendo em conta que o país está neste momento em período eleitoral, a CGD considera também que "esta greve corre o risco de confundir processos negociais com posições políticas", avança a Lusa.

A administração do banco público, liderada por Paulo Macedo, contesta ainda a leitura do sindicato, referindo que a proposta que colocou em discussão "é muito superior a 3,25% (entre 3,00% e 6,74% de aumento, em função do nível remuneratório) de aumento na tabela salarial" e que, considerando as promoções, prémios e incentivos, a proposta se traduz num aumento da massa salarial global de 7,2%.

"Mesmo excluindo a componente variável de prémios e incentivos, que, no ano passado, foi recebida por 93% dos trabalhadores, a proposta significa um incremento de 4,36%", adianta.

"Caixa entende que se queira colocar o foco apenas e só na tabela salarial e nas cláusulas de expressão pecuniária, não valorizando as restantes componentes da remuneração. No entanto, o mais relevante para os seus trabalhadores é a remuneração na sua globalidade, que se reflecte na massa salarial total", acrescenta a administração.