Sporting não “escorregou” na Liga Europa
“Leões” bem posicionados para chegarem aos oitavos-de-final após triunfo no relvado sintético, em Berna, sobre o Young Boys.
Havia uma grande preocupação sobre como os jogadores do Sporting iriam reagir ao relvado sintético do Stade de Suisse, em Berna. Essa era uma desvantagem que os “leões” tinham em relação aos donos da casa, os Young Boys, no primeiro de dois confrontos do play-off de apuramento para os oitavos-de-final da Liga Europa. Viram-se algumas escorregadelas e alguma dificuldade iniciais em controlar a velocidade da bola, mas nada de muito significativo para impedir o que foi, essencialmente, uma vitória tranquila por 1-3 e que deixa o caminho bem aberto para a fase seguinte da competição.
Já era expectável que Amorim fizesse alguma gestão de recursos em função do calendário. Não o fez na baliza, mas fê-lo em todos os outros sectores - Esgaio e Reis em vez de Geny e Coates, Bragança por Morita e Edwards por Trincão – sem abdicar da sua identidade. Talvez um pouco mais cauteloso do que o habitual porque este Young Boys, campeão e líder do campeonato suíço, não foi, de todo, um saco de pancada na Champions.
Nos primeiros dez minutos, só deu Sporting, sem sequer deixar o seu adversário suíço passar do meio-campo. Com algumas escorregadelas pelo meio (os jogadores levaram algum tempo a habituar-se ao sintético), o Sporting levou muitas vezes o jogo até à área contrária, mas sem perigo de maior. Mas quem rematou primeiro foi o Young Boys, com um tiro de Lakomi aos 12’ que Adán deteve sem problemas.
Este era um indício do estilo do Young Boys como uma equipa que não se preocupa muito em trocar a bola para criar espaço. Havendo uma pequena janela, a ordem era para atirar. Foi o que aconteceu aos 15’, numa jogada individual de Mvuka, que obrigou Adán a defesa atenta para canto. Nesse canto, o guardião espanhol voltou a brilhar, ao defender um cabeceamento à queima-roupa de Amenda.
O jogo parecia fugir ligeiramente do controlo do Sporting, que tentou recuperá-lo solicitando Gyökeres em corrida um par de vezes, mas o sueco não foi eficaz.
O empate acabaria por se desfazer aos 31’. Edwards ganhou a linha de fundo, fez o cruzamento para a entrada de Gyökeres, mas Amenda antecipou-se e marcou na própria baliza – sem a intervenção do jovem central suíço, era bem provável que a bola tivesse chegado ao sueco.
Mas o inevitável golo do ponta-de-lança nórdico não iria tardar. Aos 39’, Edwards voltou a ter espaço para manobrar na área, acabando por ser travado pelo guardião Ballmoos. Entre os postes, o suíço ainda adivinhou o lado, mas a conversão de Gyökeres foi com tanta força que nunca iria chegar lá.
O Sporting nem conseguiu saborear o conforto no resultado. Na resposta, o Young Boys reduziu numa jogada algo confusa, em que os suíços insistiram após uma defesa incompleta de Adán, terminando com um remate de Ugrinic que ainda bateu no espanhol antes de entrar na baliza – assim que marcou o golo, o médio suíço lesionou-se e acabaria mesmo por sair ao intervalo. O Sporting já não sofria golos há quase um mês, e este era um aviso de que esta equipa helvética ainda tinha alguma coisa para dar ao jogo.
Mas o balão dos suíços esvaziou-se logo nos primeiros minutos do segundo tempo. Aos 48’, num livre de Pedro Gonçalves, Gonçalo Inácio estava no sítio certo e à altura certa para encaminhar a bola no sentido da baliza. O golo do central deu uma carga de tranquilidade para o que restava do jogo – e não era pouco. Tanto assim foi que Rúben Amorim até promoveu a estreia de um dos reforços de Inverno, o médio francês Koba Koindredi, e de mais um miúdo da formação, o avançado Rafael Nel.
O ex-Estoril ainda teve a bola nos pés um par de vezes e não pareceu peixe fora de água, Nel ainda foi solicitado numa desmarcação, mas ambos vão precisar de mais tempo.