FCT promete resposta a bolseiros sem receber no prazo de um mês

Instituição sob alçada do Ministério da Ciência avança com um compromisso para responder aos pedidos de prorrogação que colocaram bolseiros de doutoramento num impasse – e sem dinheiro.

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Alguns bolseiros de doutoramento não têm salário nem resposta sobre o seu futuro Nelson Garrido
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Os bolseiros de doutoramento que pediram um prolongamento da bolsa que lhes foi atribuída pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) vão ter resposta aos seus pedidos no prazo de um mês. A garantia é da própria FCT num comunicado divulgado esta quarta-feira, depois dos testemunhos ouvidos pelo PÚBLICO denunciarem várias situações em que a bolsa terminou sem qualquer resposta sobre a prorrogação da bolsa – e, portanto, ficaram sem salário, mas também sem poderem arranjar outros empregos, por exemplo.

Neste comunicado a FCT desvenda também que do universo de bolseiros de doutoramento há, actualmente, “cerca de 45” que correspondem a “pedidos de prorrogação com potencial de terem implicações no pagamento de um período extra-contratual”, como refere a principal instituição de financiamento científico público em Portugal. A FCT acrescenta que são “menos de 2%” dos actuais bolseiros de doutoramento, um número que, apesar de questionado, não foi revelado nas respostas anteriormente enviadas ao PÚBLICO.

Os estudantes de doutoramento podem pedir financiamento para um período máximo de quatro anos. No entanto, alguns pedem apenas para dois ou três anos, fruto do seu projecto de investigação ou das perspectivas existentes, por exemplo. Caso tal se verifique insuficiente, há a possibilidade de pedir uma prorrogação – até ao tal máximo de quatro anos.

Os atrasos da FCT na resposta aos pedidos de prorrogação criaram dificuldades a vários bolseiros ouvidos pelo PÚBLICO, já que a bolsa de doutoramento implica um regime de dedicação exclusiva e, portanto, neste período entre a ausência de resposta e o fim do pagamento da bolsa não podem arranjar outra fonte de financiamento.

Os relatos publicados na edição desta quarta-feira do PÚBLICO referem renegociações do crédito à habitação, cancelamento de consultas de psiquiatria e cortes na compra de medicamentos ou, até, a acumulação de trabalhos na restauração – mesmo que ilegalmente.

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