Ataque de Israel ao Sul do Líbano mata três civis

Israel alega que os mais recentes ataques ao Sul do Líbano são uma retaliação pela morte de uma das suas militares, vítima de disparos do Hezbollah.

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Feridos israelitas recebem assistência médica depois de um ataque atribuído ao Hezbollah EPA/AYAL MARGOLIN
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As forças israelitas lançaram nesta quarta-feira uma "série de ataques" ao Sul do Líbano, em retaliação pela morte de uma militar israelita pelos combatentes do Hezbollah. O ataque israelita provocou quatro vítimas mortais, incluindo duas crianças, e feriu mais de uma dezena de pessoas, segundo as forças de segurança libanesas.

Apesar de as Forças de Defesa (IDF) declararem apenas ter atingido alvos militares e "terroristas", três das vítimas são civis: uma mulher e os dois filhos, ainda menores, habitantes da aldeia de al-Sawana, adianta a imprensa libanesa. A quarta é um dos homens do Hezbollah. Ficaram ainda feridas 11 pessoas no Sul do país.

"Os nossos caças atacaram recentemente uma série de alvos da organização terrorista Hezbollah", escreveu Daniel Hagari, porta-voz das IDF, no X (antigo Twitter). "Entre os alvos atingidos há edifícios militares, combatentes e infra-estruturas terroristas."

"Como já deixámos claro várias vezes, Israel não está interessado numa guerra em duas frentes. Mas, se nos provocarem, responderemos com força", justificou Ilana Stein, porta-voz do Governo israelita. "A realidade actual, em que dezenas de milhares de israelitas foram deslocados e não podem regressar às suas casas, é insuportável. Devem poder regressar a casa e viver em paz e com segurança."

Os combates entre o Hezbollah e as IDF prolongam-se na fronteira libanesa há mais de quatro meses, desde o ataque do Hamas a território israelita.

Sobre os ataques desta quarta-feira, o Hezbollah já reagiu, afirmando que a ofensiva das tropas adversárias "não ficará sem resposta". O movimento xiita aliado do Hamas não chegou a reivindicar o ataque de rockets dirigido a uma base militar israelita, na cidade de Safed, e que matou uma militar.

Ainda nesta terça-feira, o líder do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, reiterou, num discurso transmitido pela televisão libanesa, que o grupo só poria um ponto final nos combates com Israel quando fosse alcançado um cessar-fogo na Faixa de Gaza. "No dia em que os disparos pararem em Gaza, cessaremos os disparos no Sul."

O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de Israel, Herzi Halevi, que esteve nesta quarta-feira reunido com dirigentes políticos do Norte do país, insistiu que, apesar do que descreveu como sucessos no combate contra o Hezbollah, "não é o momento de parar".

Em território libanês, os confrontos com Israel já mataram mais de 200 pessoas, incluindo 170 combatentes do Hezbollah. Do lado israelita, morreu uma dúzia de soldados e cinco civis desde Outubro.