BE pede boicotes a Israel. PCP e PAN querem Governo a “fazer mais” pela Palestina

Dirigentes partidários participaram em manifestação pró-palestiniana que decorreu este sábado em Lisboa.

Foto
Imagem de arquivo de protesto pró-palestiniano que decorreu a 21 de Janeiro em Lisboa Rui Gaudencio
Ouça este artigo
00:00
02:48

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

Bloco de Esquerda, PCP e PAN instaram este sábado o Governo português a "fazer mais" para reclamar um cessar-fogo na Faixa de Gaza e para reconhecer o Estado da Palestina, com bloquistas a exigir boicotes a Israel.

"Aquilo que se pede é que a política relativamente ao Governo de Israel seja a mesma política que o mundo teve contra o apartheid da África do Sul, que é um boicote, sanções, para obrigar Israel a cumprir a lei internacional", afirmou hoje a líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, no início de uma manifestação pró-Palestina, em Lisboa, convocada por mais de 30 movimentos sociais.

Portugal, sustentou, "tem o dever de reconhecer o Estado palestiniano, tem o dever de respeitar as intenções de autodeterminação do povo palestiniano e deve fazê-lo autonomamente, sem hipocrisias".

O executivo português, continuou, "deve também pressionar Israel para que trave este massacre, este atentado aos direitos humanos e esta política de genocídio".

No mesmo sentido, o deputado comunista Bruno Dias defendeu que Portugal "pode e deve ser mais assertivo em relação à questão da Palestina na exigência de paz e de um cessar-fogo e no reconhecimento do Estado palestiniano".

O eleito do PCP instou o Governo português a ter uma "atitude consequente, corajosa e firme" e a mostrar "solidariedade para com um povo que está a sofrer uma ocupação há mais de 75 anos e que neste momento está a sofrer um massacre e uma agressão de que não há memória e que é preciso travar".

Portugal "defende a solução dos dois Estados, Palestina e Israel vivendo lado a lado em paz e segurança, mas isso exige que se reconheça o Estado da Palestina e ainda continua por fazer", lamentou Bruno Dias, que também se juntou à manifestação.

O Governo português, através do ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, já afirmou que o reconhecimento do Estado da Palestina, já recomendado pela Assembleia da República, "deve acontecer", mas em coordenação com "alguns parceiros próximos" e num "momento com consequência para a paz".

Para Philip Baverstock, da concelhia de Lisboa do partido Pessoas Animais Natureza (PAN), o executivo "podia fazer muito mais".

"O Governo esteve muito lento a agir e a reconhecer, de facto, a violação dos direitos humanos das pessoas que estão em Gaza e a conseguir contribuir de forma mais activa para que a ajuda chegue às pessoas que mais precisam", referiu à Lusa.

Para o PAN, está em causa "uma guerra completamente injusta e ilegal" que sujeita a população de Gaza a "um perfeito genocídio e violação dos direitos humanos".

Segundo a organização, entre três a quatro mil pessoas juntaram-se ao protesto de hoje em Lisboa, que foi convocado também no Porto, Braga e Angra do Heroísmo.

Mais de 28.000 pessoas morreram na Faixa de Gaza, segundo o Hamas, em sequência dos ataques das forças de Israel, que declararam guerra ao movimento armado palestiniano, após o atentado que este realizou em território israelita, em 7 de Outubro passado, fazendo mais de 1.100 mortos e cerca de 250 reféns.