Número de borboletas-monarca no México cai para um nível quase recorde

O número registado no Inverno de 2023-2024 é o segundo mais baixo desde o início do estudo da população, há mais de três décadas, e representa uma redução de quase 60% em relação ao Inverno anterior.

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ma borboleta monarca pousa numa flor no santuário de borboletas de Sierra Chincua em Angangeo, estado de Michoacan, México Reuters/RAQUEL CUNHA
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Borboletas monarcas no santuário de borboletas de Sierra Chincua em Angangeo, estado de Michoacan, México Reuters/RAQUEL CUNHA
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Borboletas monarcas no santuário de borboletas de Sierra Chincua em Angangeo, estado de Michoacan, México Reuters/RAQUEL CUNHA
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Borboletas monarcas no santuário de borboletas de Sierra Chincua em Angangeo, estado de Michoacan, México Reuters/RAQUEL CUNHA
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Borboletas monarcas no santuário de borboletas de Sierra Chincua em Angangeo, estado de Michoacan, México Reuters/RAQUEL CUNHA
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A população de borboletas-monarca nas florestas mexicanas, onde passam o inverno, caiu para o segundo menor número já registado nesta temporada, oferecendo um retrato sombrio dos bonitos insectos laranja e preto, já ameaçados de extinção.

A presença destas borboletas icónicas só foi documentada em 0,9 hectares de floresta em dois estados mexicanos, onde tradicionalmente passam o Inverno, segundo o último estudo anual publicado na quarta-feira e realizado pela Comissão de Áreas Naturais Protegidas do México e pela organização ambientalista World Wildlife Fund (WWF), com sede na Suíça.

Em meados da década de 1990, as borboletas-monarca podiam ser encontradas em cerca de 18,2 hectares das mesmas florestas, cobertas maioritariamente por pinheiros e abetos, ao longo da fronteira entre os Estados de Michoacan e do México.

O número registado no Inverno de 2023-2024 é o segundo mais baixo desde o início do estudo da população, há mais de três décadas, e representa uma redução de quase 60% em relação ao Inverno anterior.

Os biólogos atribuem a culpa pela queda vertiginosa às temperaturas mais elevadas do que o habitual e às condições de seca nos locais onde a borboleta se reproduz, principalmente nos estados do noroeste dos EUA, como Washington, Oregon e Califórnia.

Sabia que...

...há um "censos" de borboletas em Portugal? Qualquer pessoa pode contar borboletas e ajudar a avaliar o estado de conservação destes insectos coloridos que se encontram ameaçados. Em três anos de projecto foram vistas mais de 30 mil borboletas por todo o país. Pode ler mais aqui.

As condições climatéricas adversas, agravadas pelas alterações climáticas, traduzem-se numa diminuição da erva-leiteira, a planta onde as borboletas põem os ovos e de que se alimentam as lagartas.

Numa das migrações épicas da vida selvagem do planeta, as borboletas monarcas viajam para sul até 4500 km, a partir de pontos tão a norte como o Canadá, para eventualmente passarem o Inverno no México, onde milhões se agarram às árvores que as protegem da chuva e do frio.

As populações de borboletas-monarca flutuam de ano para ano e, ainda em 2021, o mesmo estudo revelou um aumento de 35%, passando a cobrir cerca de 7 hectares.

Autoridades e activistas pediram mais acções para impulsionar a espécie, incluindo a necessidade de enfrentar as ameaças representadas por herbicidas que dizimam a erva-leiteira e a conservação das florestas.

"Não podemos baixar a guarda", disse aos jornalistas Jorge Rickards, director do escritório da WWF no México, após a divulgação dos últimos dados.