Senado dos EUA chumba acordo de imigração mas democratas tentam salvar ajuda à Ucrânia

Republicanos rejeitam acordo bipartidário sobre políticas na fronteira com o México. Democratas isolam parte do pacote relacionado com o apoio internacional e vão tentar aprová-lo nesta quinta-feira.

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Chuck Schumer, líder da maioria democrata no Senado norte-americano, agendou nova votação do pacote de ajuda internacional para esta quinta-feira à tarde Reuters/AMANDA ANDRADE-RHOADES
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Os senadores do Partido Republicano chumbaram na quarta-feira uma iniciativa bipartidária para reformar as leis de asilo e reforçar a segurança na fronteira com o México, no Sul dos Estados Unidos, que incluía, como contrapartida, desbloquear um novo pacote de assistência à Ucrânia, mas também a Israel.

O pacote de 118 mil milhões de dólares (mais de 109 mil milhões de euros) para restringir a imigração precisava de pelo menos 60 votos na câmara alta do Congresso norte-americano para passar à etapa legislativa seguinte, mas só recebeu 49 votos favoráveis – 45 democratas e apenas quatro republicanos.

Este desfecho já era, no entanto, esperado, depois de o ex-Presidente e candidato favorito dos republicanos à nomeação para a corrida à Casa Branca, Donald Trump, ter anunciado, há cerca de duas semanas, a sua oposição ao acordo.

Apesar de a Amnistia Internacional, citada pelo Washington Post, ter dito que as medidas incluídas no pacote bipartidário – que incluem a restrição significativa dos critérios de acesso a asilo e a possibilidade de o Governo encerrar todos os pontos de entrada no EUA sempre que as autoridades federais registem um limite determinado de detenções diárias de migrantes – são “as propostas anti-imigração mais radicais” em cem anos no país, muitos republicanos argumentam que não são suficientemente duras.

O Partido Democrata responde a esta posição de Trump e do GOP dizendo que aquilo que pretendem é explorar o tema em termos eleitorais, mantendo-o em discussão durante as primárias republicanas e até à votação presidencial de Novembro, que deverá ter como concorrentes o actual (Joe Biden) e o anterior Presidente dos EUA.

Não obstante o falhanço da aprovação do pacote sobre a imigração, o líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer, reagiu com uma tentativa de resgate das medidas nele inseridas relativas ao apoio à Ucrânia, para a resistência à invasão da Rússia, e a Israel, na sua campanha militar na Faixa de Gaza, em resposta ao ataque de 7 de Outubro do Hamas.

Schumer isolou a proposta de um pacote de 60 mil milhões de dólares de ajuda militar à Ucrânia, de 14 mil milhões de dólares de ajuda militar a Israel e de dez mil milhões de dólares em assistência humanitária às populações civis na Ucrânia, na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, e levou-a ao Senado na quarta-feira à noite (madrugada desta quinta-feira em Portugal).

Quando a sessão plenária terminou, 58 senadores tinham dado o seu apoio à proposta democrata. Confiante de que será possível conquistar os dois votos que faltam para os 60, Schumer anunciou a interrupção dos trabalhos e a convocatória de nova sessão para as 12h (17h em Portugal continental) desta quinta-feira.

“Vamos dar a noite aos nossos colegas republicanos para se decidirem. Regressaremos amanhã [esta quinta-feira] ao meio-dia, na esperança de que tenham tido o tempo de que precisam. Vamos ter esta votação amanhã [quinta-feira]”, informou o senador democrata.

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