Aliyev reeleito Presidente do Azerbaijão com mais de 90% dos votos

Primeiros resultados confirmam vitória esmagadora do Ilham Aliyev numa eleição que foi boicotada pelos principais partidos da oposição.

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Apoiantes do Presidente festejam a vitória de Ilham Aliyev nas ruas de Bacu Reuters/AZIZ KARIMOV
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O Presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, ganhou a reeleição por esmagadora maioria, segundo os primeiros resultados divulgados esta quarta-feira, numa votação que convocou antecipadamente depois de ter reconquistado à Arménia a região separatista de Nagorno-Karabakh e de ter reprimido os meios de comunicação social.

De acordo com os resultados preliminares divulgados pela comissão eleitoral central após a contagem de pouco mais de metade dos votos, Aliyev estava muito à frente, com 92,1% dos votos expressos numa eleição que foi boicotada pelos dois principais partidos da oposição. Uma anterior sondagem à boca das urnas efectuada junto de 63 mil pessoas pelo Oracle Advisory Group tinha sugerido que Aliyev obteria 93,9% dos votos.

Aliyev, que sucedeu ao seu pai Heydar como Presidente em 2003, tem obtido normalmente mais de 85% dos votos em eleições que, segundo grupos de defesa dos direitos humanos, não são livres nem justas.

O Governo de Bacu, um aliado próximo da Turquia que também mantém relações de trabalho com a Rússia, atribui as críticas ocidentais a preconceitos contra a sua população maioritariamente muçulmana.

Em Janeiro, Aliyev, de 62 anos, disse que tinha convocado o escrutínio para marcar “o início de uma nova era” no Azerbaijão, que, segundo ele, tinha restaurado a sua soberania com a reconquista de Nagorno-Karabakh. O Presidente enfrentou seis rivais nominais, nenhum deles crítico do seu governo.

Uma série de jornalistas independentes foram detidos desde Novembro, vários deles acusados de crimes, incluindo contrabando. Grupos internacionais de defesa da liberdade de imprensa descreveram as detenções como uma tentativa de silenciar as reportagens anti-corrupção.

Em Dezembro, Aliyev adiou as eleições de 2025, pouco depois de o Azerbaijão ter reconquistado Karabakh, uma região azerbaijanesa cuja população, maioritariamente de etnia arménia, era de facto independente de Baku desde o início da década de 1990.

Com o desmoronamento da União Soviética, o Azerbaijão perdeu uma guerra prolongada com a Arménia por causa de Karabakh, uma derrota humilhante que Aliyev se esforçou por inverter.

Para o Azerbaijão, o restabelecimento do controlo sobre o enclave marca o fim triunfante de décadas de guerra intermitente e uma oportunidade para centenas de milhares de refugiados internos regressarem a casa. Para a vizinha Arménia, o colapso de Karabakh é uma tragédia e uma crise humanitária, tendo quase todos os 120 mil arménios da região fugido para a Arménia.