A Ryanair anunciou 14 novas rotas para a temporada que arranca no final de Março e termina no final de Outubro, o chamado Verão IATA. A aproveitar o chamariz, em conferência de imprensa esta quarta-feira em Lisboa, o CEO Michael O'Leary aproveitou para voltar a criticar o Governo por "não ter aberto o Montijo enquanto o monopólio da ANA aumenta as taxas", confirmando o "encerramento da base de Ponta Delgada".
As confirmações anunciadas, incluindo rotas sazonais, são para os aeroportos de Lisboa, Porto e Faro, não se indicando "novidades" para os Açores (Terceira e Ponta Delgada) e Madeira.
Em Lisboa, anunciam-se Alicante, Madrid, Roma Fiumicino, Tânger, Poznan.
No Porto, Belfast, Ibiza, Pisa, Tânger.
Em Faro, Estocolmo, Budapeste, Cracóvia, Marraquexe e Norwich.
No total, garante a Ryanair, Portugal será servido em 170 rotas pela companhia, com 28 aeronaves baseadas. Enquanto o "tráfego cresce para 13,5 milhões de passageiros por ano (+7%)", referem, a operação lusa da empresa "suporta 11 mil empregos", "incluindo 1.000 empregos de pilotos, tripulação de cabine e engenheiros". São dados da empresa, destacados em comunicado.
Base em Ponta Delgada não reabre
Na conferência de imprensa, Michael O'Leary voltou a criticar a gestão aeroportuária em Portugal, referindo "os danos causados pela decisão do monopólio da ANA de aumentar as taxas em +17% a partir de Janeiro" deste ano — foi aprovado um aumento médio de cerca de 12,45%. "Danos" que "são evidentes pelo encerramento da base da Ryanair em Ponta Delgada", salientou — a ilha de São Miguel não tem aviões baseados mas será servida por cinco rotas (Porto, Lisboa, Londres Stansted, Bruxelas Charleroi). Na Terceira, mantém-se Lisboa e Porto.
Na lista de "danos", o responsável salienta também a retirada de uma (de duas) aeronaves B737 da sua base na Madeira", além de "cortes adicionais no Verão de 2024 em Faro e no Porto". Apesar disso, saliente-se, a empresa anuncia que a próxima temporada terá a sua "maior programação de Verão em Portugal".
"A Ryanair também exige novamente que o Governo Português abra imediatamente o Aeroporto do Montijo e quebre o monopólio ANA/VINCI", acrescenta-se ainda, "trazendo a tão necessária concorrência, escolha e redução das tarifas para Lisboa". Há poucos dias, nova informação sobre o impacto do aeroporto do Montijo no estuário do Tejo levou o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas a chumbar o pedido de renovação de declaração ambiental feito pela ANA - Aeroportos de Portugal, sendo que a opção já tinha sido excluída pela Comissão Técnica Independente. O contrato com a Vinci, assinado em 2012, é por 50 anos (i.e., a não haver percalços, até 2062).