Trabalhadores da TSF repudiam declarações de Marco Galinha ao PÚBLICO

Marco Galinha alega que a greve da TSF foi organizada pelo Bloco de Esquerda, um partido que disse estar “completamente enraizado” naquela rádio.

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Marco Galinha, accionista e ex-presidente da comissão executiva do Global Media Group NUNO FERREIRA SANTOS
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Os trabalhadores da TSF manifestaram esta segunda-feira “o mais vivo repúdio” pelas afirmações de Marco Galinha, accionista e ex-presidente da comissão executiva do Global Media Group (GMG), sobre os protestos laborais naquela rádio. Em entrevista ao PÚBLICO, esta segunda-feira, o empresário dono do Grupo Bel declarou que a greve de 20 de Setembro “não foi correcta” e foi organizada pelo Bloco de Esquerda, um partido que Marco Galinha disse estar “completamente enraizado” na rádio.

Num comunicado enviado às redacções, os órgãos representativos dos funcionários da TSF (conselho de redacção, comissão de trabalhadores e delegada sindical) repudiam as afirmações, considerando que estas representam uma “grave afronta à integridade, independência e profissionalismo da redacção e restantes trabalhadores”.

“A redacção da TSF orgulha-se de ser constituída por um grupo de jornalistas livres de amarras partidárias, que pautam o seu trabalho pela independência e pelo profissionalismo”, lê-se na nota.

Os trabalhadores da TSF sublinham a “extrema gravidade” das afirmações de Marco Galinha sobre “provas factuais de dirigentes de um partido a montar campanhas dentro das redacções, a fomentar greves”, pedindo a apresentação imediata das referidas provas, “sob risco de lançarem sobre toda a redacção uma acusação infame, infundada e lesiva do bom nome” de quem trabalha na rádio.

Ao longo dos nove pontos de esclarecimento do comunicado, os órgãos da TSF questionam ainda o sentido de oportunidade das declarações do empresário, relativas a uma greve ocorrida já em Setembro, numa altura em que decorre um processo negocial “precisamente sobre o futuro da TSF”. Relembram que a greve resultou de uma situação de “reiterado desrespeito” pelos profissionais da rádio, por parte da administração do grupo, que culminou com o afastamento de Domingos de Andrade, na altura director da TSF.

O esclarecimento sublinha ainda que os pressupostos que motivaram a primeira greve em 35 anos da TSF acabaram por ser “tristemente premonitórios”, face ao cenário de “atrasos sucessivos no pagamento de salários, não renovação de vínculos profissionais e sucessivos danos reputacionais às marcas” do GMG, tanto por José Paulo Fafe como pela troca pública de acusações entre o então CEO e Marco Galinha.

Os trabalhadores da TSF terminam a nota alertando para a estranheza de afirmações que constituem “um ataque ao valor profissional de todos os trabalhadores desta rádio”, numa altura em que decorrem negociações para o alcance de uma solução, e “contribuem para a continuada destruição da marca TSF”.

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