Ventura e Sousa Real num debate de caminhos e ideias muito diferentes

Lideres do Chega e do PAN trocaram mais acusações do que apresentaram propostas, num debate curto que também não deu para muito mais.

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A porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, e o presidente do Chega, André Ventura, estrearam-se na noite desta segunda-feira nos debates televisivos para as eleições legislativas num frente-a-frente na RTP em que, como era esperado, discordaram em quase tudo. Sousa Real acusou o Chega de não ter aprovado uma única medida na Assembleia da República, Ventura afirmou que o PAN “esta colado ao poder” e ao Governo do PS.

O debate começou com os líderes partidários a serem questionados sobre a situação política nas regiões autónomas dos Açores e Madeira. E no que respeita aos Açores, André Ventura voltou a afirmar que “seria uma irresponsabilidade” que não se encontrasse “uma solução maioritária” de Governo com uma aliança entre o Chega e a AD (PSD-CDS-PPM).

“O Governo [dos Açores] caiu por haver instabilidade, o PSD tem de escolher se quer instabilidade ou estabilidade”, afirmou Ventura. Porém, nunca afirmou que chumbaria um Governo da AD.

Já sobre a situação política na Madeira, Inês Sousa Real, cujo partido que dirige apoia o Governo Regional do PSD, recusou dizer de forma clara se defende a realização de eleições antecipadas na região, embora tenha afirmado diversas vezes que o seu partido não tem medo de eleições.

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Ventura aproveitou a ocasião para, a propósito do apoio do PAN ao PSD na Madeira, acusar a sua adversária de debate de “estar colada ao poder como uma lapa”.

Sobre os protestos dos polícias e sobra a eventualidade de a sua luta poder colocar em causa as eleições legislativas de 10 de Março, o presidente do Chega afirmou que a realização do acto eleitoral “não está em causa”. “Os agentes da autoridade são os mais interessados na realização do acto eleitoral porque querem uma mudança”, salientou.

Por seu turno, a porta-voz do PAN considerou que as revindicações dos agentes da autoridade “são justas”, mas que estas não podem colocar em causa a realização do acto eleitoral.

Ainda que por caminhos diferentes, André Ventura e Inês Sousa Real concordaram que os lucros excessivos das empresas, nomeadamente das petrolíferas, devem ser alvo de uma taxa que seja aplicada no apoio aos cidadãos para o pagamento de empréstimos à habitação. Desafiados a apontar uma medida que ajude os jovens a conseguir habitação, André Ventura defendeu “uma forma de acesso a um crédito bonificado”. Inês Sousa Real também defendeu esta proposta, mas acrescentou que o Estado deve colocar no mercado parte do seu imobiliário.

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Já no que respeita à defesa do ambiente, o presidente do Chega disse ser contra “uma defesa punitiva como quer o PAN", e acusou do Governo de, “com o apoio do PAN”, aplicar 1200 taxas ao sector da agricultura. Já Inês Sousa Real defendeu que o seu partido como líder na defesa do ambiente e como o que mais medidas apresentou nesta matéria.

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