O que precisas de saber para acompanhar os debates das legislativas

Que temas deverão marcar os debates? Onde posso verificar a informação? Como posso saber mais de um determinado tema? O P3 reúne algumas informações essenciais para acompanhar estes duelos.

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O que precisas de saber para acompanhar os debates das legislativas José Alves
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No dia 5 de Fevereiro arrancam 30 debates televisivos entre os líderes dos partidos que concorrem às eleições legislativas antecipadas de 10 de Março. Quem debate contra quem, quais as datas, que temas deverão marcar os frente-a-frente e como pode ser verificada a informação?

Quando vão ser os debates? Onde posso vê-los?

Os debates arrancam a 5 de Fevereiro e prolongam-se até 23 de Fevereiro (depois disso os partidos vão percorrer o país de Norte a Sul durante as duas semanas de campanha eleitoral). Os debates frente-a-frente serão entre os líderes dos partidos com representação parlamentar (BE, PCP, Livre, PAN, PS, PSD, IL e CH) e haverá um com os líderes dos oito partidos. Apenas um dos debates será dedicado aos partidos sem representação parlamentar.

Os frente-a-frente terão uma duração de cerca de 30 minutos (com excepção do debate entre o Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro, que terá uma duração de 75 minutos) e vão ser transmitidos pela RTP, SIC e TVI, 15 em sinal aberto e outros tantos nos canais informativos da SIC e da TVI (mas todos eles serão retransmitidos pela RTP3). Os horários não são fixos e é mesmo preciso apontar quando acontece cada um. Há sete debates a arrancar às 18h (o horário mais cedo de transmissão) e oito debates a começar às 22h (o horário mais tardio). E enquanto alguns dias têm apenas um debate, noutros é preciso saltar de canal em canal para acompanhar todos os embates do dia (que nunca se sobrepõem). O melhor é mesmo guardar os detalhes desta grelha.

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Quais vão ser os temas fortes? A que devo estar atento?

Um tema incontornável vai ser a predisposição de cada partido para fazer coligações e alianças pós-eleitorais, num momento em que é muito improvável haver maiorias absolutas e por isso vai ser preciso perceber com clareza quem está disposto a "casar" com quem, e em que termos.

Por outro lado, ainda nem todos os partidos apresentaram os seus programas eleitorais e é possível que usem os debates para anunciar algumas propostas. Sendo impossível antecipar o que cada um optará por debater em cada dia, há áreas que são incontornáveis.

É o caso da habitação, do valor do salário mínimo, das medidas destinadas aos pensionistas, dos impostos, do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e das medidas destinadas à crise climática. É também expectável que temas como a corrupção, a carreira dos professores, a imigração e as reivindicações dos polícias ―que têm marcado a actualidade política nos últimos meses ― entrem nos debates.

Além disso, no caso da habitação ou da política fiscal deverão ser debatidas medidas específicas para as gerações mais jovens. Por exemplo, a Aliança Democrática (AD) propõe um IRS máximo de 15% até aos 35 anos, a isenção de IMT e imposto de selo na compra da primeira casa ou o financiamento bancário de 100% do valor da aquisição de habitação para jovens.

Por sua vez, o BE propõe a gratuitidade dos transportes públicos para os jovens até aos 25 anos. Nas medidas destinadas aos jovens, o PCP propõe o apoio à criação e fruição culturais, com uma rede de espaços públicos para jovens criadores e o acesso gratuito a equipamentos e actividades culturais a todos os jovens entre os 12 e os 25 anos.

Não falaram de um tema importante para mim. Onde posso saber mais?

Haverá vários temas a ficarem de fora destes encontros ou questões. A melhor forma de encontrar o que propõe exactamente cada partido é consultando os programas eleitorais de cada um. No entanto até agora, são poucos os partidos que já disponibilizaram os seus programas online. Eis os que já podem ser consultados:

Houve eleições nos Açores e venceu a coligação PSD/CDS/PPM​. O que é que isso significa?

O resultado das eleições regionais dos Açores poderá servir de barómetro para fazer alguma leitura política do que poderá acontecer a 10 de Março, não só em relação aos resultados, mas relativamente a alguns entendimentos entre partidos para a formação de maiorias parlamentares, o que poderá contaminar alguns debates. Embora as estruturas nacionais e regionais dos partidos tenham diferentes particularidades, será interessante observar como se aproximaram as sondagens dos resultados nas urnas.

Onde posso ter acesso a informação de confiança?

Além dos jornais habituais, como o PÚBLICO, existem algumas páginas que têm acompanhado o trabalho dos partidos e dos deputados nos últimos anos e que poderá ser interessante consulta ou revisitar, até mesmo para conhecer melhor alguns dos candidatos que voltam a estar nas listas de deputados à Assembleia da República. É o caso do projecto Politicamente Falando, o projecto EuVoto ou Os 230.

E fact-checking? Onde?

O PÚBLICO apostará em fact-checking todos os dias (excepto fins-de-semana) durante os debates e podem ser encontrados na secção Prova dos Factos, mas há mais jornais que farão este trabalho. O Observador e o Polígrafo também têm secções dedicadas a este tipo de artigos.

Como falar com os meus amigos ou pais sobre o debate?

Conversar sobre política com pessoas que divergem ideologicamente das nossas ideias pode causar momentos de tensão até com membros de grupos mais chegados. Raquel Raimundo, psicóloga e presidente da Delegação Regional do Sul da Ordem dos Psicólogos Portugueses, dá pistas sobre a melhor forma de conversar evitando zangas. Evitar olhar para um debate como uma conversa onde há um vencedor e um vencido é fulcral.

O ideal, explica, é procurar “aprender e perceber como é que a outra pessoa vê o mundo” — e assim “saem todos a ganhar”. Por outro lado, é essencial ter em atenção o tom das perguntas e evitar fazer insinuações, de forma a manter o debate pouco fervoroso. Além disso, a psicóloga sugere ainda que se procurem pontos de concordância de forma a diminuir a resistência de parte a parte.

Notícia aatualizada: Acrescenta o programa do Livre, entretanto divulgado.

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