Ordem dos Médicos já pediu informações sobre as baixas de agentes da PSP

Dezenas de agentes destacados para jogos de futebol meteram “baixa”. Algumas das perguntas da OM: Que tipo de baixa? Se apresentaram atestados médicos, estes foram passados por quantos clínicos?

Foto
Ordem dos Médicos já pediu informações sobre as baixas de agentes da PSP Nuno Ferreira Santos
Ouça este artigo
00:00
01:57

Foi só um médico a passar as baixas apresentadas pelos agentes da PSP que não compareceram no jogo entre o Famalicão e o Sporting? Ou foram vários?

São informações como esta que a Ordem dos Médicos (OM) pretende recolher antes de decidir se vai intervir na situação desencadeada este sábado, indicou ao PÚBLICO o bastonário da OM, Carlos Cortes, frisando que a resposta às perguntas citadas apontará para “perfis distintos” quanto ao que poderá estar em causa: baixas médicas “fraudulentas”.

Carlos Cortes adiantou que a Ordem dos Médicos pediu este domingo informações ao Ministério da Administração Interna e à Direcção Nacional da PSP, que já determinaram a abertura de averiguações ao sucedido.

“Há duas formas de justificar que se fique em casa: a autodeclaração de doença, com validade de três dias, e a baixa médica que é passada depois de uma consulta”, lembra o bastonário da OM, destacando que saber qual das formas foi utilizada deverá ser o primeiro passo para apurar o que aconteceu.

Não se sabe ainda ao certo quantos polícias declararam doença. As informações que circulam dão conta que terão sido 15 no jogo entre o Famalicão e o Sporting, que teve de ser adiado, e à volta de 40 no desafio entre o FC Porto e o Rio Ave, que se realizou este sábado.

Sobre as formas de meter baixa, Carlos Cortes frisa que a autodeclaração de doença é feita sob “compromisso de honra” do próprio. Quanto ao atestado passado por um médico, remete para o pilar de base na relação médico-doente, que é baseada na “confiança mútua”: “O doente tem o compromisso de dizer a verdade ao seu médico e este tem de acreditar no que é dito.”

“Se um doente meu vai à consulta para se queixar que anda muito ansioso, que não consegue dormir há dias, o que tenho de fazer é medicar essa pessoa e passar-lhes uns dias de baixa para que possa descansar”, relata. Caso seja este o caso dos atestados apresentados pelos agentes da PSP, “não se pode dizer, à partida, que seja uma baixa fraudulenta por parte do médico, mesmo que depois se venha a saber que o exposto pelo doente não era verdade”.

Sugerir correcção
Ler 10 comentários