Jason Momoa: protagonista de Aquaman defende oceanos e quer “desplastificar” o planeta

Para além da empresa criada com o objectivo de “desplastificar” o planeta, Jason Momoa tem sido uma voz activa na luta pela preservação dos oceanos e das regiões insulares.

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Jason Momoa esteve presente na Conferência dos Oceanos da ONU, em 2022, e discursou na praia de Carcavelos Nuno Ferreira Santos
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Na ficção é o Rei da Atlântida, com a personagem Arthur Curry a trocar o farol onde sempre viveu pelo oceano, onde quer procurar o verdadeiro destino. Mas é também na vida real que o oceano ocupa um preponderante papel no dia-a-dia do protagonista de Aquaman, Jason Momoa.

Depois do primeiro filme em 2018, Aquaman e o Reino Perdido teve estreia marcada em Portugal em Dezembro do ano passado, e continua nas primeiras posições da tabela em que constam os nomes dos filmes mais vistos pelos portugueses, no início deste ano. Apesar das origens no Havai, Jason Momoa cresceu no estado norte-americano de Iowa e esteve sempre rodeado do mar. Para além da vida em Hollywood, Momoa tem vindo a ser uma voz activa pela preservação dos oceanos e da sustentabilidade das regiões insulares.

Em 2019 juntou-se à ONU para uma reunião sobre Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento, encontro que ocorreu no âmbito do Acordo de Samoa, em Nova Iorque. O projecto tem como base três protocolos regionais para África, Caraíbas e Pacífico, de acordo com necessidades de desenvolvimento das regiões.

O actor também já esteve em solo português: foi uma das presenças no Fórum da Juventude e Inovação que integrou a Conferência dos Oceanos da Organização das Nações Unidas, em Junho de 2022, em Carcavelos. Momoa foi recebido em Lisboa como embaixador do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP) para a Vida Debaixo de Água. Na conferência estiveram presentes António Guterres e Marcelo Rebelo de Sousa.

Além disto, juntou-se à Conservação Internacional, uma organização não governamental com sede em Washington. A operar desde 1987, a ONG apresenta-se com o objectivo de fornecer ferramentas às comunidades para que cuidem de forma responsável da natureza e da biodiversidade, não deixando para trás o factor da sustentabilidade. O grupo tem como parceiras várias ONG internacionais, assim como povos indígenas. O protagonista de Aquaman foi ainda a voz de um dos episódios da série da mesma organização – Nature Is Speaking – em que a necessidade urgente de protecção do oceano vem à tona. A série inclui episódios narrados por outros nomes conhecidos no mundo de Hollywood, como Julia Roberts e Penelope Cruz.

“Beba uma, remova uma” é o mote para a campanha da empresa fundada pelo actor norte-americano, em 2019. Mananalu foi criada com o objectivo “desplastificar” o planeta, ao eliminar o plástico descartável da natureza: por cada garrafa de alumínio vendida, são removidos resíduos de plásticos dos sistemas aquáticos.

Mais recentemente, foi a vez de Jason Momoa chamar a atenção para a necessidade de preservação dos oceanos para a televisão americana, no programa Saturday Night Live. Ao discursar para os espectadores, Momoa lembrou o sonho de ser biólogo marinho até à vida de actor e, por fim, às campanhas em prol dos oceanos.

As redes sociais de Jason Momoa têm também sido utilizadas como um meio para alertar o público para a problemática das alterações climáticas, sobretudo para as catástrofes naturais que têm assolado regiões do Havai, como é o caso de Lahaina. O protagonista de Aquaman tem ainda usado a conta oficial do Instagram para divulgar o movimento que tenta travar a construção do maior telescópio do hemisfério norte, em Mauna Kea, vulcão extinto no Havai. O projecto, liderado pela Universidade e Instituto de Tecnologia da Califórnia, está parado desde os protestos de 2019 levados a cabo pela população e activistas que se posicionam contra a construção na montanha, local sagrado para os nativos.

Jason Momoa é também a voz e produtor executivo do filme Deep Rising, lançado em Outubro de 2023 pela International Ocean Film Foundation. Dirigido por Matthieu Rytz, o projecto aborda a extracção de materiais do fundo do mar para serem utilizados na alta tecnologia e na produção de baterias para carros eléctricos, assim como a actuação da Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ISA), órgão da ONU. As Nações Unidas declararam os anos de 2021 a 2030 como a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável. Durante este período, serão lançadas as bases para a protecção e utilização sustentável dos oceanos.

O 21.º Festival Internacional de Cinema sobre o Oceano, que se realiza em Abril de 2024, em São Francisco, faz parte do projecto “década dos oceanos 2021-2030”, coordenado pela UNESCO. No caminho para 2030 estão dez objectivos, como “compreender e combater a poluição marinha”, “desenvolver uma economia oceânica sustentável e equitativa” e “desbloquear soluções baseadas nos oceanos para as alterações climáticas”.

Texto editado por Andrea Cunha Freitas