Disponível para “falar com todos”, Vasco Cordeiro pede “coligação” contra o Chega

O candidato do PS pede uma “coligação de açorianos socialistas, não socialistas, moderados” para que os Açores não sejam “a primeira região de Portugal” com “um partido de extrema-direita no governo”.

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Vasco Cordeiro na Feira de Santana em Ribeira Grande, São Miguel Rui Gaudêncio
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O PS admite "falar com todos" menos o Chega nos Açores e pede uma "coligação" para que a região não seja a primeira a ter a "extrema-direita no governo". Foi o que Vasco Cordeiro, candidato a presidente do governo regional, repetiu à exaustão — sem esclarecer se viabilizaria um governo minoritário do PSD — numa visita à Feira de Santana, em Ribeira Grande. "O PS falará com todos os partidos que quiserem falar connosco e que partilhem um núcleo essencial de valores: democracia, respeito e tolerância", disse, colocando apenas de parte o Chega e o ADN.

Já a Iniciativa Liberal está incluída na equação, embora, no continente, o líder do PS, Pedro Nuno Santos, tenha considerado que "o projecto PSD-IL já é suficientemente radical para nos preocupar” e que a IL "tem um projecto radicalmente liberal", na primeira entrevista que deu como candidato a secretário-geral.

Falando aos jornalistas em São Miguel, Vasco Cordeiro apelou mesmo a que se forme uma "coligação de açorianos socialistas, não socialistas, moderados, gente que sabe que a nossa sociedade se constrói com todos, que preza o respeito e a tolerância para impedirem que os Açores fiquem na história como a primeira região de Portugal que teve um partido de extrema-direita no governo".

Confrontado com o facto de o presidente do governo açoriano, José Manuel Bolieiro, ter feito uma queixa à Comissão Nacional de Eleições contra uma candidata do PS e desconhecidos por alegarem que o PSD se reuniu com o Chega, Cordeiro diz que "é um direito que lhe assiste". E reitera que está "convencido que a coligação [PSD/CDS/PPM] tem um acordo com o Chega".

"O histórico do comportamento dos partidos que compõem a coligação vai no sentido de dar razão a essa minha convicção. Em 2020, antes das eleições, José Manuel Bolieiro negou sempre a hipótese de fazer acordo com o Chega e fez", disse.

Apontando que Luís Montenegro e José Manuel Boleiro estão "um a dizer uma coisa e outro a dizer o seu contrário" sobre possíveis entendimentos com o partido de André Ventura, o candidato socialista defendeu que "aquilo que está em causa nestas eleições é se teremos o próximo governo regional com o Chega". E insistiu que "se se repetir o cenário de 2020", não tem "muitas dúvidas que PSD, CDS, PPM farão tudo para impedir que o PS corresponda à confiança dos açorianos".

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