Açores: Bolieiro diz que Chega no Governo “não está no seu cenário”

Líder do PSD-Açores acusa comunicação social de ser “aliada do Chega”.

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José Manuel Bolieiro esteve esta manhã na Feira de Santana Rui Gaudêncio
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“Não faz parte do meu cenário”. José Manuel Bolieiro diz que não está disponível para uma coligação o Chega que implique a participação deste partido no governo dos Açores, exigência colocada por André Ventura para viabilizar um governo do PSD/CDS/PPM.

Numa acção de campanha na Feira Agrícola de Santana, no concelho da Ribeira Grande, a 20 quilómetros de Ponta Delgada, ilha de São Miguel, José Manuel Bolieiro diz-se vítima de “especulações”, nomeadamente uma notícia que desmentiu, segundo a qual tinha tido reuniões com o Chega para a formação de uma coligação pós-eleitoral.

Agastado com a sombra que o persegue desde o início da campanha – a condição imposta por Ventura – recusa continuar a falar do assunto. “Não participo em mais especulações, mas evito qualquer insinuação, como aconteceu de forma soez durante este final de campanha eleitoral”, disse José Manuel Bolieiro. O acto “soez” foi “a tentativa de falsearem reuniões e acordos” – “Isto já é revelador de desespero, em vez de apresentarem [os restantes partidos] propostas alternativas”, disse. “Não posso aceitar o anátema de que estou condicionado a qualquer exigência de acordos”, reforçou.

Bolieiro acusou ainda a comunicação de ser “aliada do Chega”, devido à profusão de perguntas sobre a possibilidade ou não de acordo com o Chega no Governo, que, afirma, “não está no cenário”, ou fora do Governo, que admite repetir, tal como aconteceu já em 2020. “A comunicação social é aliada do Chega e passa a vida a ser aliada do Chega”, disse, afirmando que o seu objectivo é que a AD Açores venha a ter “uma maioria estável”. As sondagens, nomeadamente a da Católica que dá o Chega a duplicar as possibilidades de eleição relativamente a 2020, Bolieiro diz: “As sondagens não ganham eleições nem determinam o sentido de voto”.

Bolieiro afirma que a escolha será razoavelmente simples: “Ou há um governo liderado por mim, ou há uma liderança de Vasco Cordeiro que é um regresso ao passado”, afirma.

A seu favor, declara que tem “um Governo com provas dadas, com uma orientação de governação bem clara, com resultados das políticas públicas que estão hoje escrutinadas e têm resultados, no que diz respeito a um forte crescimento económico, à empregabilidade, à criação de riqueza, à estabilidade socio-laboral em todas as áreas”. Afirma que, na educação e na saúde “não houve colapso nenhum, ao contrário do que tem acontecido no país nestas matérias”.

Pela Feira de Santana passaram hoje as caravanas do PS, com Vasco Cordeiro a repetir que está disposto a dialogar com todos “menos com o Chega” e a do Chega, com André Ventura a aguardar, à entrada do recinto, que José Manuel Bolieiro e a caravana do PSD acabassem a sua volta para evitar o encontro das campanhas.

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