Benfica foi quem mais gastou num mercado de empréstimos e “custos zero”

“Encarnados” investiram forte, Sporting gastou em “futuros” e FC Porto resolveu a questão “central”.

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Marcos Leonardo já marcou três golos desde que chegou ao Benfica LUSA/TIAGO PETINGA
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Houve uma grande novidade na janela de Inverno do mercado de transferências. No último dia para entradas no futebol português, inaugurou-se o eixo Bayern Munique-Portimonense com Taichi Fukui, médio japonês de 19 anos que troca a Baviera pelo Algarve por temporada e meia. Esta é a nota mais exótica de um último dia para entradas no futebol português que não trouxe grandes novidades, mas que confirmou o que se foi assistindo ao longo do mês: o Benfica foi o campeão do Inverno em volume e valor, o Sporting investiu em “futuros” e o FC Porto resolveu a sua questão central.

Falamos só de último dia de entradas porque os principais mercados do futebol europeu (Alemanha, França, Itália, Espanha, Inglaterra e Países Baixos) ainda estarão abertos durante boa parte do primeiro dia de Fevereiro. Isto significa que se algum clube com bolsos fundos quiser cobrir uma cláusula de rescisão de um craque no futebol português, já não haverá margem de manobra para reagir. A boa notícia é que já não haverá nenhuma proposta irrecusável do futebol saudita porque o mercado fechou a 30 de Janeiro – mas voltam, seguramente, no Verão.

De todos os clubes da I Liga, foi o Benfica quem mais investiu, um total de 35 milhões de euros em três jogadores, todos eles vindos do mercado sul-americano. Do Brasil, chegou Marcos Leonardo (18 milhões), ponta-de-lança relevado pelo Santos, e da Argentina chegaram dois extremos, a nove milhões cada, Rolheiser (Estudiantes) e Prestianni (Vélez), sendo que, do Manchester United, veio o lateral-esquerdo Carreras, um empréstimo com opção de compra obrigatória se forem cumpridos determinados objectivos.

O mercado de Inverno benfiquista corrigiu algumas falhas do mercado de Verão, em que Jurasek foi uma aposta falhada e em que Arthur Cabral parecia não ser a solução – o ex-Fiorentina, entretanto, começou a render e até já marca de “bicicleta”. Mas este último mês não serviu só para “engordar” o plantel. Os “encarnados” conseguiram recuperar algum investimento com as vendas de Veríssimo (9 milhões), João Victor (6 milhões), Musa (10 milhões) e Chiquinho (1 milhão), deixaram sair o emprestado Guedes e emprestaram Jurasek ao Hoffenheim.

Em Alvalade, o último dia de entradas só serviu para confirmar a esperada contratação de Koindredi, médio que chega do Valência, via Estoril-Praia, por quatro milhões. O francês foi a segunda novidade de Janeiro, depois de Rafael Pontelo ter sido apresentado no início do mês, proveniente do Leixões por 700 mil euros. Duas contratações “low cost” para o futuro e para irem entrando na rotação do actual líder da I Liga. Em sentido contrário, o Sporting só emprestou: Essugo (D. Chaves), Rodrigo Ribeiro (Nottingham Forest), Afonso Moreira (Gil Vicente), Tanlongo (Rio Ave) e Vinagre (Hellas Verona).

Quanto ao FC Porto, deixou para o último dia uma contratação que era urgente. Otávio, central brasileiro, chega ao Dragão por 12 milhões, proveniente do Famalicão e será mais uma opção para Sérgio Conceição no eixo da defesa. Foi mesmo a única novidade na formação portista, que emprestou Carmo e Navarro ao Olympiacos e Verón ao Cruzeiro. No Sp. Braga, houve uma troca de médios: saiu André Horta para o Olympiacos, chegou Cher Ndour por empréstimo do parceiro PSG.

No que diz respeito aos outros 14 clubes da I Liga, e tendo em conta que ainda há mais um dia para saídas, as contratações foram essencialmente “custos zero” e empréstimos. Destaque para o regresso ao futebol português de dois antigos internacionais por Portugal, Adrien Silva (Rio Ave) e Nélson Oliveira (V. Guimarães), em busca de um último fôlego na carreira.

E veremos como se traduzem no Arouca os dotes goleadores de Morozov, melhor marcador do campeonato bielorrusso, como irá correr o regresso ao futebol português de Jonathan Buatu, central angolano resgatado pelo Gil Vicente, ou como se irá adaptar Tashan Oakley-Boothe, médio internacional jovem inglês, ao Estrela da Amadora, ele que andava pelo Blackpool, da terceira divisão.

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