Turismo ultrapassa níveis pré-pandemia e bate novos recordes

Em 2023, o turismo nacional recebeu 30 milhões de hóspedes, que foram responsáveis por mais de 77 milhões de dormidas, segundo os dados do INE. São os números mais elevados de sempre.

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Turismo nacional recebeu mais de 30 milhões de hóspedes Daniel Rocha
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Pela primeira vez desde o início da pandemia, o sector do turismo ultrapassou, no ano passado, os níveis de actividade turística que se verificavam em 2019 e atingiu novos máximos históricos. Ao todo, foram 30 milhões de hóspedes e mais de 77 milhões de dormidas, num ano em que os turistas estrangeiros foram os grandes responsáveis pelo crescimento da actividade.

Os dados, ainda preliminares, foram divulgados, nesta quarta-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que dá conta de que, no conjunto de 2023, os estabelecimentos de alojamento turístico receberam pouco mais de 30 milhões de hóspedes, responsáveis por 77,15 milhões de dormidas, números que correspondem a aumentos de 13% e 10,7%, respectivamente, em relação ao ano anterior.

Para esta evolução, contribuíram, sobretudo, os turistas estrangeiros: do total de cerca de 30 milhões de hóspedes, mais de 18 milhões eram residentes no estrangeiro, um aumento de 19% em relação a 2022, tendo sido responsáveis por mais de 53,7 milhões de dormidas, o que corresponde a um crescimento de 15% face ao ano anterior.

Já o número de hóspedes residentes em Portugal, cerca de 11,8 milhões, cresceu 5%, enquanto as dormidas de turistas nacionais, em torno de 23,4 milhões, aumentaram apenas 2%.

Para além do crescimento em termos anuais, estes dados representam, também, um novo marco: pela primeira vez desde o início da pandemia, o número de hóspedes e de dormidas ultrapassou os de 2019, último ano antes do início da pandemia, quando se registavam cerca de 27 milhões de hóspedes e 70 milhões de dormidas. O sector do turismo em Portugal atingiu, assim, novos recordes.

Norte ganha peso

A tendência de crescimento foi transversal a todo o país, mas com diferentes ritmos entre as várias regiões, com o Norte e a Área Metropolitana de Lisboa a apresentarem os maiores crescimentos, tanto no que diz respeito aos hóspedes quanto em relação às dormidas.

A Área Metropolitana de Lisboa manteve-se como a principal região turística do país em número de visitantes, concentrando mais de 29% dos hóspedes e 26% das dormidas. Ao todo, a região recebeu 8,8 milhões de hóspedes em 2023, um aumento anual de 15%, que foram responsáveis por 20,3 milhões de dormidas, uma subida de quase 13%.

Mas foi o Norte que apresentou os maiores crescimentos, que levaram a que a região reforçasse o seu peso no mapa do turismo nacional. Ao todo, recebeu 6,9 milhões de hóspedes, um um aumento de 15,05% em relação a 2022, e registou 13,2 milhões de dormidas, uma subida também próxima de 15%. Assim, o Norte passou a responder por mais de 23% do número total de hóspedes a nível nacional e por 17% das dormidas.

Já o Algarve continua a ser a principal região em termos de dormidas. Em 2023, recebeu mais de cinco milhões de hóspedes, um crescimento próximo de 8%, que responderam por 20,3 milhões de dormidas, mais 6% do que no ano anterior. O Algarve é, ainda assim, a única região do país que continuou a registar um nível de dormidas inferior ao que se verificava antes da pandemia, em 2019.

Turismo norte-americano cresce

Já no que diz respeito aos maiores mercados do turismo nacional, os britânicos mantiveram-se como os principais clientes do sector, ainda que estejam a perder importância. Os norte-americanos, por outro lado, têm um cada vez maior peso no turismo português.

Ao todo, os hóspedes residentes no Reino Unido foram responsáveis por mais de 9,9 milhões de dormidas em 2023, um aumento superior a 9%, que fez com que estes turistas representassem mais de 18% do total de dormidas de não residentes. Seguem-se os hóspedes provenientes da Alemanha, com mais de seis milhões de dormidas, e os de Espanha, com perto de 5,5 milhões de dormidas.

Mas foram os norte-americanos que mais cresceram: os turistas residentes nos Estados Unidos da América (EUA) foram responsáveis por cerca de 4,6 milhões de dormidas nos estabelecimentos de alojamento turístico em Portugal, número que representa um crescimento de quase 33% em relação ao ano anterior e perto de 70% face a 2019. Assim, os norte-americanos já respondem por 8,5% do total de dormidas de não residentes, uma proporção muito superior à que se verificava em 2019, de cerca de 5,5%.

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