Artistas suecos juntam-se à vaga que pede o afastamento de Israel da Eurovisão

Robyn, Fever Ray e a cantora de ópera Malena Ernman, mãe de Greta Thunberg, estão entre os mais de mil signatários de uma carta aberta que pede à União Europeia de Radiodifusão para banir Israel.

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Fever Ray passou por Portugal na última edição do Vodafone Paredes de Coura Tiago Bernardo Lopes
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Depois de, no final de 2023, a Associação de Compositores e Letristas da Islândia ter sugerido aos seus membros para não participarem na edição deste ano da Eurovisão a menos que Israel fosse banido do concurso, e de, já na primeira quinzena deste mês, mais de 1400 profissionais do ramo musical na Finlândia e na Islândia terem pedido o afastamento de Israel da competição, eis que a comunidade musical sueca se junta à vaga de protesto suscitada pela violência em curso na Faixa de Gaza. São mais de mil os artistas do país que este ano acolhe a Eurovisão (a final terá lugar em Malmö, de 7 a 11 de Maio), a fazer a mesma reivindicação, numa carta aberta publicada na segunda-feira no jornal vespertino Aftonbladet.

Robyn, Fever Ray e a cantora de ópera Malena Ernman, mãe da jovem activista climática Greta Thunberg, estão entre os signatários. Argumentam que “o facto de países que se colocam acima do direito humanitário poderem participar em eventos culturais internacionais trivializa a violação das leis internacionais e torna o sofrimento das vítimas invisível”.

A posição da União Europeia de Radiodifusão (UER), organizadora da Eurovisão, tem sido a de que o evento é apolítico: trata-se de um concurso entre as emissoras públicas dos diversos países envolvidos e não de uma competição entre Estados.

Mas já houve países a serem banidos no passado. E não é preciso recuar muito no tempo: em 2022, a Rússia foi impedida de integrar a competição. No ano anterior, o país excluído fora a Bielorrússia: a UER afastou a emissora pública Belaruskaja Tele-Radio Campanija por não cumprir com as suas regras relativamente à liberdade de imprensa.

Israel participa na Eurovisão desde 1973 e já venceu o concurso quatro vezes (em 1978, 1979, 1998 e 2018). A última dessas edições aconteceu em Lisboa, um ano após a vitória de Salvador Sobral na Ucrânia, com Amar pelos dois; Toy, de Netta, foi então a vencedora da competição. Portugal, representado nesse ano por Cláudia Pascoal (O jardim), caiu do primeiro lugar da edição anterior para o último.

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