Partidos estimam gastar 8,2 milhões de euros na campanha; dois terços são do PS e PSD
No final do processo eleitoral, os partidos recebem uma subvenção estatal para pagar os custos da campanha que entra em conta com os gastos reais e com a votação obtida.
Os dez partidos e quatro coligações que entregaram os orçamentos da campanha eleitoral no Tribunal Constitucional (TC) prevêem gastar um total de 8,2 milhões de euros nas legislativas de 10 de Março - cerca de mais 300 mil euros do que efectivamente gastaram nas eleições de Janeiro de 2022 e um valor igual ao previsto em 2019. Só as facturas do PS e do PSD perfazem praticamente dois terços desse valor. O partido mais poupado é o Ergue-te, com um gasto previsto de 1700 euros.
Os socialistas comunicaram ao TC que estimam gastar 2,55 milhões de euros, o mesmo valor que estão a prever receber de subvenção. Metade dessa despesa é para comícios e espectáculos (732 mil euros) e para a concepção da campanha, agências de comunicação e estudos de mercado (631 mil). No entanto, estes números ficam aquém dos 3,3 milhões de euros que o PS gastou em 2022 para conseguir chegar à maioria absoluta (e recebeu 2,67 milhões de subvenção estatal).
O PSD, que em 2022 fez uma esforçada gestão do orçamento de campanha, cumprindo os 1,8 milhões que previa inicialmente, eleva agora a fasquia para 2,5 milhões e está confiante de que irá subir o número de eleitos, já que estima receber 2,15 milhões de euros de subvenção (cujos critérios de atribuição também têm em conta o número de votos). Há que somar aqui os 60 mil euros de orçamento da coligação PSD/CDS Madeira Primeiro para o círculo eleitoral regional.
Não são só os dois maiores partidos que tencionam gastar mais na campanha: acontece o mesmo com os restantes, que também estão a contar aumentar o número de votos e, consequentemente, a subvenção que irão receber para pagar parte das despesas.
O Chega conta gastar 700 mil euros, a Iniciativa Liberal 645 mil, o Bloco 508.625. O orçamento da CDU (PCP/PEV) mostra que os comunistas aumentaram em 40% a estimativa de gastos em dois anos, prevendo agora despesas na ordem dos 785 mil euros. O PAN e o Livre, que elegeram apenas um deputado cada e tiveram uma votação parecida em 2022, mostram-se agora com expectativas diferentes: o partido de Inês Sousa Real prevê gastar 204.847 euros, tudo financiado pela subvenção estatal, e o de Rui Tavares é mais cauteloso, com um orçamento de 95.500 euros.
Entre os partidos sem assento parlamentar, o Volt é o que tem o orçamento mais alto, de 54.300 euros, seguido pelo JPP - Juntos Pelo Povo, com 45 mil euros, e pela coligação Alternativa 21 (que junta o MPT e o Partido Aliança), com 40 mil euros. O RIR - Reagir Incluir Reciclar, com gastos de 2000 euros, e o Ergue-te, com 1700 euros, fecham a lista. Há, no entanto, outros partidos que anunciaram a entrega de listas de candidatos, mas cujos orçamentos de campanha não foram disponibilizados no site do TC.