Sindicato denuncia à Inspectora-Geral do Trabalho assédio laboral na Global Media

Em causa estão, entre outros incidentes, declarações do administrador José Paulo Fafe.

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Participação "tem por base declarações e acções dos administradores, nomeadamente José Paulo Fafe e Paulo Lima de Carvalho" LUSA/ANTONIO PEDRO SANTOS
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O Sindicato dos Jornalistas (SJ) fez uma participação à Inspectora-Geral do Trabalho a denunciar assédio laboral na Global Media (GMG), anunciou hoje a estrutura sindical.

O SJ "elaborou uma participação para a Inspectora-Geral do Trabalho, (...) Maria Fernanda Campos" devido a "acções e pressões levadas a cabo pela actual Comissão Executiva do Global Media Group que criaram um clima de intimidação sobre os trabalhadores e os seus representantes", refere o sindicato, em comunicado.

"Entre as questões identificadas como passíveis de configurar assédio laboral estão o reiterado desrespeito da Comissão Executiva (CE) pelos trabalhadores, patente em várias decisões tomadas ao arrepio da lei e/ou sem consulta aos representantes legais, que o SJ entende constituir uma forma de pressão e intimidação", acrescenta.

Esta participação "tem por base declarações e acções dos administradores, nomeadamente José Paulo Fafe e Paulo Lima de Carvalho [que entretanto saiu], denunciando-se pressões dissimuladas e um conjunto de ataques ao exercício e à actividade sindical", lê-se no comunicado.

"A táctica de acção/reacção, patente nos vários comunicados enviados pela administração durante plenários ou até a meio de uma greve histórica e inédita de dois dias, é uma das marcas deixadas por esta Comissão Executiva" e "igualmente revelador tem sido a utilização dos trabalhadores do GMG e o (não) pagamento dos seus salários como arma de arremesso perante os outros accionistas, como forma totalmente ilegítima de ripostar contra a decisão do Governo de não adquirir a percentagem do grupo na Lusa ou como meio de pressão perante a ERC", aponta.

Ou ainda, "numa tentativa dissimulada de fazer desistir os mais fragilizados entre os prestadores de serviços, que nos últimos meses só têm como certa a total incerteza", denuncia o SJ.

Com a participação à Inspectora-Geral do Trabalho o sindicato "espera que a ACT [Autoridade para as Condições do Trabalho] se inteire de todas as acções tomadas pela CE [Comissão Executiva]" da Global Media, "que fez dos trabalhadores um adversário, quando são estes que acrescentam valor e mantêm a empresa a trabalhar, mesmo com salários ou subsídios em atraso".

Neste sentido, o SJ espera que "a ACT tome as respectivas acções no sentido de punir um conjunto de actos, praticados de forma deliberada e consciente, com o objectivo e o efeito de perturbar e constranger os trabalhadores deste grupo, afectar a sua dignidade e criar um ambiente intimidativo, hostil, degradante, humilhante e desestabilizador. Ou seja, a prática de assédio laboral".

O Sindicato dos Jornalistas espera que este tipo de situações não se repita: "Acreditamos que daqui pode sair um sinal evidente e incontornável de que vivemos num país democrático em que as instituições funcionam e são regidas por leis, iguais para todos"