EUA prometem tomar “todas as medidas necessárias” em resposta a ataque que matou três soldados na Jordânia

Administração Biden pressionada para retaliar directamente contra o Irão, que apoia as milícias responsáveis pelo ataque de domingo. Israel intensifica operações no Norte de Gaza.

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LLoyd Austin, secretário da Defesa dos EUA Reuters/LEAH MILLIS
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Os Estados Unidos prometeram tomar “todas as medidas necessárias” para defender os seus soldados um dia depois da morte de três militares norte-americanos na Jordânia, num ataque que causou pelo menos 34 feridos e que Washington atribuiu a milícias apoiadas pelo Irão.

“O Presidente e eu não toleraremos ataques às forças dos EUA e tomaremos todas as medidas necessárias para defender os EUA e a nossa tropa”, disse nesta segunda-feira, no Pentágono, o secretário da Defesa, Lloyd Austin, antes de um encontro com o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.

O Irão negou qualquer papel no ataque, com um drone, que causou as primeiras mortes de soldados norte-americanos após dezenas de ataques contra as forças dos EUA no Médio Oriente desde o início da guerra entre Israel e o Hamas.

Os Estados Unidos estão ainda a tentar determinar exactamente porque é que os cerca de 350 militares da base na Jordânia, conhecida como Torre 22, não conseguiram deter o drone. Dois responsáveis norte-americanos disseram à Reuters que um drone dos EUA estava a aproximar-se da base na mesma altura em que foi atacada. Um dos responsáveis acrescentou que o drone de ataque estava também a voar a baixa altitude, factor que pode ter contribuído para que não fosse detectado pelas defesas da base.

As forças norte-americanas estacionadas na região foram atacadas mais de 150 vezes no Iraque, na Síria, na Jordânia, bem como em navios de guerra no mar Vermelho, onde têm estado na mira dos drones e mísseis lançados pelos houthis iemenitas.

Os ataques estão a aumentar a pressão política interna sobre Joe Biden para desferir um golpe directo contra o Irão, uma resposta que o Presidente dos EUA tem mostrado relutância em adoptar pelo receio de desencadear uma guerra alargada no Médio Oriente.

As opções de resposta de Biden podem ir desde visar as forças iranianas, fora ou mesmo dentro do Irão, ou optar por um ataque de retaliação mais cauteloso apenas contra os militantes responsáveis apoiados por Teerão, dizem os especialistas.

“Não tenham dúvidas de que iremos pedir contas a todos os responsáveis no momento e da forma que escolhermos”, afirmara Biden no domingo, logo após o ataque na Jordânia.

“O Irão continua a desestabilizar a região, o que inclui o apoio a terroristas que atacam os nossos navios no mar Vermelho”, disse por sua vez Jens Stoltenberg na conferência de imprensa com Lloyd Austin no Pentágono.

Israel ataca na Cidade de Gaza

Na Faixa de Gaza, Israel intensificou nesta segunda-feira as operações militares na maior cidade do Norte do enclave, onde o Exército israelita tinha assumido um controlo quase total no final do ano passado. A zona oriental da Cidade de Gaza esteve debaixo de fogo dos tanques israelitas, ao mesmo tempo que a área costeira foi atingida a partir de navios da Marinha.

“Dezenas de civis foram mortos e outros ficaram feridos na sequência dos bombardeamentos israelitas em curso em várias zonas da Faixa de Gaza”, noticiou a agência noticiosa oficial palestiniana Wafa, referindo, que entre as vítimas, estava o jornalista Isam al-Lulu, a mulher e os dois filhos, mortos no centro do enclave.

Segundo a mesma agência, as forças israelitas efectuaram “ataques aéreos intensos e ferozes” contra o bairro de Al-Zaytun, a sul da Cidade de Gaza, e na zona de Tal al-Hawa, a oeste da cidade. Os ataques aéreos atingiram também a cidade de Khan Younis, no Sul do enclave, onde se encontram centenas de milhares de pessoas que tinham fugido de outras zonas.

O Hamas, por seu lado, disparou a sua primeira salva de rockets em semanas contra cidades israelitas, mostrando que o grupo islamista que governa Gaza ainda tem capacidade para os lançar após quase quatro meses de guerra. Os disparos coincidiram com a declaração do ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, de que metade dos combatentes do Hamas tinha sido morta ou ferida.

As forças armadas israelitas afirmaram ter abatido seis dos 15 rockets lançados, enquanto o Hamas afirmou que os disparos destinaram-se para vingar as mortes ocorridas em Gaza. Segundo o mais recente número divulgado pelo Ministério da Saúde de Gaza, 26.637 palestinianos foram mortos no conflito e milhares de outros corpos poderão estar sob os escombros dos edifícios destruídos.

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