Sonda lunar japonesa volta à vida uma semana depois de pousar

A sonda SLIM tinha alunado com a posição errada – e não estava virada para o Sol. Nove dias depois, a sonda japonesa voltou a receber luz solar e recuperou as comunicações com a Terra.

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A primeira imagem transmitida pela sonda lunar japonesa depois do regresso à vida JAXA
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A sonda espacial japonesa “ressuscitou” esta segunda-feira. Mais de uma semana depois da alunagem, a agência espacial do Japão (JAXA, na sigla em inglês) conseguiu recuperar as comunicações com a sonda SLIM. Depois de pousar na Lua, o instrumento japonês tinha ficado no ângulo errado para conseguir recarregar a energia através dos seus painéis solares. Por isso, ficou sem energia passadas algumas horas – mas está de volta.

As comunicações voltaram no final deste domingo, referiu uma fonte da JAXA citada pela agência de notícias Reuters. Passaram nove dias desde a chegada da SLIM à Lua, que tinha tornado o Japão no quinto país a pousar no satélite natural da Terra. Antes do Japão, a Índia tinha alunado no último Verão, num renascimento da corrida pelo espaço que se tem adensado nesta última década. Também a antiga União Soviética, os Estados Unidos e a China (neste caso, já no século XXI) têm histórico na Lua.

Segundo as informações publicadas, em comunicado, pela JAXA, a recuperação da sonda SLIM deveu-se à mudança na direcção da luz solar, que permitiu voltar a gerar electricidade através dos painéis solares. E, assim, a missão da primeira sonda lunar japonesa prosseguirá – ainda não se sabe até quando. A previsão é que a sua estadia seja curta, uma vez que a SLIM não conseguirá sobreviver à noite lunar.

A próxima noite lunar está prevista para esta quinta-feira, mas não é apenas uma noite. Este conceito enquadra aquilo que é o período em que a superfície da Lua não está exposta ao Sol – ou seja, cerca de 14 dias. As temperaturas descem para os 173 graus Celsius negativos e a ausência de luz solar torna a sonda japonesa inoperável.

Até lá, a SLIM mantém a missão de analisar a composição rochosa da superfície da Lua junto ao equador lunar, onde pousou perto da cratera Shioli conforme previsto – através de uma técnica de precisão que nunca tinha resultado antes. Com esta tecnologia, a JAXA conseguiu alunar num espaço delimitado com menos de 100 metros – um perímetro muito apertado para uma sonda no espaço. Esta precisão poderá ajudar na busca por água ou noutras missões mais específicas de análise rochosa, já que permite que haja menos solavancos nas viagens lunares destas sondas.

As observações já começaram, com as primeiras imagens divulgadas da superfície lunar a serem divulgadas nas redes sociais da agência espacial japonesa – o objecto é uma rocha designada pela equipa japonesa de “toy poddle”. Depois da resolução dos problemas iniciais (a falta de electricidade), a sonda SLIM volta à acção e, antes da noite lunar, deverá terminar as operações no solo da Lua com o envio de mais informações e fotografias daquela região.

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