Três soldados dos EUA mortos em ataque na Jordânia

Ataque durante a madrugada com drones atribuído a grupos pró-Irão da Síria e Iraque.

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Joe Biden, Presidente dos EUA, confirmou a morte dos três soldados Reuters/TOM BRENNER
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Três militares dos Estados Unidos morreram e mais de 30 ficaram feridos num ataque levado a cabo na noite de sábado para domingo com drones contra uma base militar na Jordânia. São as primeiras mortes de soldados norte-americanos num ataque no Médio Oriente desde 7 de Outubro.

“Enquanto ainda estamos a recolher os factos sobre este ataque, sabemos que foi levado a cabo por grupos militantes apoiados pelo Irão a operar na Síria e Iraque”, declarou o Presidente dos EUA, Joe Biden, dizendo que se junta “ao luto pela perda destes guerreiros neste ataque desprezível e totalmente injusto”.

A morte dos soldados num pequeno posto militar na Jordânia perto da fronteira com a Síria marca uma escalada significativa numa situação já tensa no Médio Oriente, escreve a CNN, que deu a notícia da morte em primeira mão. Ao falar do ataque, Biden acrescentou que os Estados Unidos irão responsabilizar todos os envolvidos quando e do modo que escolherem.

Os soldados americanos na Jordânia são “patriotas no mais alto sentido”, disse ainda Biden, já que estavam a “arriscar a própria segurança pela segurança dos americanos, e dos nossos aliados e parceiros na guerra contra o terrorismo”, que “é uma luta que não vai acabar”.

Um responsável norte-americano disse à agência Reuters que estavam a ser avaliados pelo menos 34 militares por possíveis ferimentos cerebrais traumáticos na sequência do ataque.​

Até sexta-feira, tinham-se registado mais de 158 ataques a forças dos EUA e outras da internacionais no Iraque e na Síria, mas o número elevado não tinha correspondência com danos graves na infra-estrutura nem ferimentos de militares. Este ataque foi o primeiro contra forças americanas na Jordânia, diziam os media americanos, embora um porta-voz do governo do reino hachemita, Muhannad Mubaidin, tenha afirmado na televisão estatal que o ataque ocorreu fora do país, do outro lado da fronteira, na Síria, segundo o Times of Israel.

Os Estados Unidos têm cerca de 2000 militares numa base em Zazraq, na Jordânia, e ainda forças de apoio à base norte-americana de Al Tanf, na Síria, diz o New York Times. Essas forças estão na região para ajudar os esforços regionais contra as últimas forças que ainda restam do Daesh, o autoproclamado Estado Islâmico.

A guerra em Gaza depois do ataque do Hamas que matou cerca de 1200 pessoas em Israel e da guerra israelita em Gaza que já deixou mais de 26 mil mortos está a provocar uma tensão regional com violência em várias frentes. Os EUA, inicialmente com o Reino Unido, levaram ainda a cabo desde 11 de Janeiro vários ataques contra alvos dos houthis no Iémen, depois de estes atacarem repetidamente navios no mar Vermelho, dizendo que o fazem em solidariedade para com os palestinianos.

Estes ataques dos houthis estão a ter efeitos no comércio global já que algumas empresas começaram a não usar essa rota entre a Europa e a Ásia, optando antes por contornar o continente africano pelo Cabo da Boa Esperança.

No domingo passado, o Pentágono disse que dois elementos dos SEAL, forças especiais da Marinha norte-americana,​ tinham sido declarados mortos depois de terem desaparecido dez dias antes numa operação no mar para interceptar armas enviadas pelo Irão aos houthis.

Washington tem repetido que um dos seus objectivos principais é que o conflito não se alargue, mas “este incidente deixa os EUA muito mais perto de um conflito directo com o Irão”, escreveu no diário britânico The Guardian o editor de diplomacia Patrick Wintour. Esse é um resultado “que ambos os lados insistem que querem evitar, mas que poderão agora não conseguir impedir já que os incidentes proliferam e aumentam em impacto”.

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