Marcelo pede mobilização contra todas as formas de racismo, anti-semitismo e xenofobia

Presidente, que realçou que não desapareceu o discurso de ódio contra minorias étnicas ou religiosas, deixou este apelo para assinalar o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.

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Marcelo Rebelo de Sousa deixou este apelo para assinalar o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto Matilde Fieschi
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O Presidente da República apelou este sábado à mobilização dos cidadãos contra todas as formas de racismo, anti-semitismo, discriminação, xenofobia e homofobia, realçando que não desapareceu o discurso de ódio contra minorias étnicas ou religiosas.

Marcelo Rebelo de Sousa deixou este apelo numa mensagem escrita publicada no site oficial da Presidência da República para assinalar o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.

"Nesta data, associando-se às Nações Unidas para assinalar o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, o Presidente da República presta homenagem às vítimas dos crimes contra a humanidade cometidos na Segunda Guerra Mundial, recordando que o discurso de ódio contra minorias étnicas ou religiosas não desapareceu das nossas sociedades", lê-se no texto.

O chefe de Estado "reforça, por isso, o alerta para que não desmobilizemos do combate a todas as formas de racismo, anti-semitismo, discriminação, xenofobia e homofobia, e lutarmos pela solidariedade e fraternidade humanas, ontem como hoje".

Esta mensagem surge numa altura em que grupos de extrema-direita estão a convocar uma manifestação sob o lema "Contra a islamização da Europa" para 3 de Fevereiro na zona do Martim Moniz, em Lisboa.

Neste texto, o Presidente da República recorda o diplomata português Aristides de Sousa Mendes (1885-1954) como "exemplo de coragem, altruísmo e solidariedade", no ano em que passam sete décadas da sua morte, e considera que "deve continuar a inspirar" os portugueses.

Enquanto cônsul-geral em Bordéus, França, Aristides de Sousa Mendes salvou milhares de judeus e outros refugiados do regime nazi, em 1940, emitindo vistos à revelia das ordens do Governo de António de Oliveira Salazar, o que lhe valeu a expulsão da carreira diplomática. Acabaria por morrer na miséria.

Em Janeiro de 2020, Marcelo Rebelo de Sousa representou Portugal no 5.º Fórum Mundial do Holocausto, em Jerusalém, onde expressou "a solidariedade do povo português relativamente aos seis milhões de vítimas" do genocídio nazi. "Nós não esquecemos, isto não se pode repetir", afirmou na altura.

Em Israel, o Presidente da República teve a oportunidade de se encontrar com sobreviventes do Holocausto.