Cinco possíveis sucessores de Albuquerque na Madeira

Marcelo pediu para que no novo executivo não haja membros do governo regional que tenham tomado decisões nos últimos anos ou que estejam a ser investigados.

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Miguel Albuquerque, presidente do governo regional da Madeira, pediu a demissão esta sexta-feira Paulo Pimenta
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Rafaela Fernandes, Lino Tranquada Gomes, Manuel António Correia e Pedro Coelho são quatro possíveis sucessores de Miguel Albuquerque na liderança do governo regional. Segundo o Expresso, o Presidente da República exige que o novo executivo não seja “liderado por membros do governo regional que tenham participado em decisões tomadas nos últimos anos” ou que estejam sob investigação. No entanto, também Jorge Carvalho, actual membro do executivo madeirense, é apontado como uma hipótese para a sucessão de Albuquerque.

Rafaela Fernandes pertence ao governo regional — é secretária Regional de Agricultura e Ambiente — há apenas três meses, pelo que o seu perfil se enquadra na descrição alegadamente preferida por Marcelo Rebelo de Sousa.

Fontes ouvidas pelo PÚBLICO realçam ainda que, devido à pasta que tutela, Rafaela Fernandes, que é vogal na comissão política do PSD/M, é uma ponte importante de relacionamento com o PAN — partido que sustenta parlamentarmente o governo regional. Além disso, segundo o Diário de Notícias da Madeira, a governante esteve na manhã desta sexta-feira na Quinta Vigia — a residência oficial do presidente do governo regional.

Antes de ir para o governo regional, a advogada foi presidente do Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira (Sesaram) e deputada na Assembleia Legislativa pelo PSD/M, tendo integrado as comissões de saúde, habitação, assuntos sociais e outras.

Manuel António Correia é outro possível sucessor de Albuquerque. Foi o adversário de Miguel Albuquerque nas eleições internas do PSD/M em 2015, apoiado por Alberto João Jardim, de quem foi secretário regional do Ambiente e Recursos Naturais. Recentemente não integrou nenhum governo regional e é também vogal na comissão política do PSD/M. Em Janeiro de 2021, foi absolvido de um processo em que era acusado de ter concedido licenças de pesca de atum que “acabaram por ser vendidas a armadores japoneses e chineses”, escreve o Jornal da Madeira.

Fontes ouvidas pelo PÚBLICO dizem que Correia ainda tem “anticorpos” da corrida interna ao PSD/M e acusam-no de ter “abandonado o partido e os militantes” após sair derrotado dessas eleições. Outras dizem que optou pela “discrição”. “Independentemente do nome que ficar, Manuel António Correia vai ser sempre uma sombra. Há muita gente que se revê nele e que quer que ele avance”, dizem ao PÚBLICO.

Ambos no governo ou um governo com ambos?

Tranquada Gomes liderou a Assembleia da Madeira e foi vogal do conselho fiscal do Banif. Segundo o Expresso, foi referido no processo Panama Papers. Para duas fontes ligadas ao PSD/M ouvidas pelo PÚBLICO, Tranquada é o nome mais consensual para suceder a Albuquerque, embora seja apontado sobretudo para uma “fase transitória”. “O mundo perfeito seria Tranquada Gomes e depois Manuel António Correia”, diz ao PÚBLICO uma pessoa ligada ao governo regional.

Segundo o Diário de Notícias, Tranquada Gomes poderá assumir o Governo com dois vice-presidentes: Manuel António Correia e Sérgio Marques, ex-deputado no Parlamento Europeu e na Assembleia da República, cujas denúncias de “obras inventadas” na região levaram à constituição de uma comissão de inquérito na Assembleia Legislativa da Madeira, há um ano, à qual foram chamados Albuquerque e Avelino Farinha, líder do Grupo AFA detido a propósito deste caso.

Outro nome possível é o de Pedro Coelho, cabeça de lista da AD pela Madeira às legislativas de 10 de Março e presidente da Câmara de Lobos, também é visto como um eventual sucessor de Albuquerque. Coelho não é visto como “congregador”, sabe o PÚBLICO, e por isso não goza de grandes apoios no PSD/M. Há ainda quem descarte Pedro Coelho devido à sua candidatura ao Parlamento, mas a composição das listas, apesar de já entregues no Tribunal do Funchal, pode ser alterada até ao dia 29 de Janeiro.

Por fim, Jorge Carvalho, que actualmente é secretário regional da Educação, Ciência e Tecnologia, é também apontado para suceder a Miguel Albuquerque. O antigo deputado do PSD foi o primeiro presidente da direcção da Associação Académica da Universidade da Madeira. com Sofia Rodrigues e Leonete Botelho

Notícia actualizada com novo título a inclusão do nome de Jorge Carvalho

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