Morreu Argo, o último cão vadio de Pompeia

O cão visitou o Parque Arqueológico da antiga cidade romana durante mais de 15 anos. Entrava todas as manhãs, esperava que o alimentassem e acompanhava os turistas até ao fecho.

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Argo era o anfitrião de Pompeia Silvia_v85/ Pompeii Sites
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Argo, um cão vadio de Pompeia, que visitou o Parque Arqueológico da antiga cidade romana durante mais de 15 anos, morreu na terça-feira, 23 de Janeiro. Era o último cão errante da zona histórica italiana.

Argo tornou-se conhecido entre os funcionários e milhões de turistas que visitaram a localidade devastada pela erupção do Monte Vesúvio no ano 79 d.C. Segundo o guia turístico Glauco Messina, que trabalha na zona de escavações desde 2017, o cão entrou pela primeira vez no parque quando era pequeno. O ritual era sempre o mesmo: entrava pela porta do anfiteatro de manhã, quando as portas abriam, esperava que os trabalhadores lhe dessem comida e ficava no local até ao fecho.

"Ele era o último cão vadio de Pompeia. Estamos muito tristes. Vinha todos os dias pontualmente como um relógio, era sempre o primeiro a chegar e o último a sair, tanto no Verão como no Inverno, porque os horários são diferentes e ele já os conhecia bem", explicou Glauco Messina à agência espanhola EFE.

O guia recordou ainda que existiam outros cães de rua no local que, entretanto, morreram ou foram adoptados. Com Argo criou “uma relação especial” e foi por isso que, depois de comunicar a morte do animal, pediu a todos os que visitaram Pompeia e tiraram fotografias com o cão para enviarem as imagens para o email do parque.

O objectivo, destacou, é fazer “um projecto artístico” para recordar Argo. As primeiras fotografias já começaram a chegar.

“Pompeia despede-se de Argo. Tinha mais de 15 anos, era um bom cão, cuidava da cidade, dos trabalhadores e visitantes. Acompanhou milhares de turistas durante o seu honroso serviço como zelador e anfitrião”, lê-se numa publicação de quarta-feira, 24 de Janeiro, no perfil do Parque Arqueológico.

Numa outra publicação, o Parque agradeceu a todas as pessoas que cuidaram de Argo nos seus últimos dias de vida.

A zona arqueológica de Pompeia não aceita cães por motivos de segurança, mas permite que os gatos de colónias vivam no espaço. Em declarações à mesma agência, Glauco Messina disse que alimentava Argo todos os dias e que adoptou dois dos felinos que aí vivam.

Pompeia, Património Mundial da UNESCO, é um dos locais mais visitados de Itália e, de acordo com o site do sítio arqueológico, recebe 2,5 milhões de turistas por ano.

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