Protesto de agricultores franceses bloqueia estradas no país e acesso a Espanha

Os protestos dos agricultores em França estão a ganhar força e estão já dispersos por várias regiões do país. Os tractores bloqueiam as estradas pela pressão dos preços, impostos e regras verdes.

,Corrida
Fotogaleria
Agricultores franceses usam os seus tractores para bloquear a auto-estrada A1,Agricultores franceses usam os seus tractores para bloquear a auto-estrada A1 Reuters/YVES HERMAN,Reuters/YVES HERMAN
mundo,agricultura,uniao-europeia,franca,europa,clima,
Fotogaleria
gricultores franceses usam os seus tractores para bloquear a auto-estrada A1 em Chamant, perto de Paris, França, 26 de Janeiro de 2024. Reuters/YVES HERMAN
mundo,agricultura,uniao-europeia,franca,europa,clima,
Fotogaleria
Um homem senta-se enquanto os agricultores franceses bloqueiam a auto-estrada A1 Reuters/YVES HERMAN
mundo,agricultura,uniao-europeia,franca,europa,clima,
Fotogaleria
Agricultores franceses usam os seus tractores para bloquear a auto-estrada A1 Reuters/YVES HERMAN
mundo,agricultura,uniao-europeia,franca,europa,clima,
Fotogaleria
Um agricultor carrega um cartaz "Salve o seu agricultor" durante um protesto de agricultores numa estrada perto de Nice, França, 26 de janeiro de 2024 EPA/SEBASTIEN NOGIER
Fotogaleria
Agricultores franceses queimam paletes de madeira e feno durante um protesto de agricultores em frente à prefeitura de Montpellier, França, 26 de Janeiro de 2024 EPA/GUILLAUME HORCAJUELO
Fotogaleria
Agricultores franceses queimam paletes de madeira e feno durante um protesto de agricultores em frente à prefeitura de Montpellier, França, 26 de Janeiro de 2024 EPA/GUILLAUME HORCAJUELO
Carro
Fotogaleria
Pessoas registam com os seus telemóveis a chegada de um trator com feno às instalações da DREA (Direção do Ambiente, Desenvolvimento e Habitação) em Montpellier, França, 26 de janeiro de 2024 ,Pessoas registam com os seus telemóveis a chegada de um trator com feno às instalações da DREA (Direção do Ambiente, Desenvolvimento e Habitação) em Montpellier, França, 26 de janeiro de 2024 EPA/GUILLAUME HORCAJUELO,EPA/GUILLAUME HORCAJUELO
Carro
Fotogaleria
Um homem junto a um trator enquanto os agricultores franceses protestam contra as pressões sobre os preços, os impostos e a regulamentação verde, queixas partilhadas pelos agricultores de toda a Europa Reuters/YVES HERMAN
Fotogaleria
Um agricultor carrega um cartaz "União Europeia Basta" durante um protesto de agricultores numa estrada perto de Nice, França, 26 de janeiro de 2024 EPA/SEBASTIEN NOGIER
,Veículo motorizado
Fotogaleria
A man walks by tractors as French farmers block the A64 highway to protest over price pressures, taxes and green regulation, grievances shared by farmers across Europe, in Carbonne, south of Toulouse, France January 26, 2024. REUTERS/Nacho Doce Reuters/NACHO DOCE
Carro
Fotogaleria
FUm homem caminha ao lado de tractores enquanto os agricultores franceses bloqueiam a autoestrada A64 para protestar contra as pressões sobre os preços, os impostos e a regulamentação ecológica, queixas partilhadas pelos agricultores de toda a Europa, em Carbonne, a sul de Toulouse, França, a 26 de Janeiro de 2024 Reuters/NACHO DOCE
Carro
Fotogaleria
gricultores franceses bloqueiam a autoestrada A64 com os seus tractores, em Carbonne, a sul de Toulouse, França, 26 de janeiro de 2024. O texto diz: "Um agricultor zangado" Reuters/NACHO DOCE
Ouça este artigo
00:00
04:26

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

Agricultores franceses bloquearam uma estrada principal que liga a França à Espanha com uma manifestação na fronteira esta sexta-feira, como parte dos protestos nacionais contra os baixos preços dos alimentos e o excesso de burocracia. Os agricultores em França, o maior produtor agrícola da UE, dizem que não estão a ser pagos o suficiente e que estão sufocados por uma regulamentação excessiva em matéria de protecção ambiental.

Na sexta-feira, um grupo de manifestantes incendiou um edifício da Mutualité Sociale Agricole (MSA), na cidade de Narbonne, no Sul de França, segundo o director local da MSA, numa altura em que se intensificam as manifestações agrícolas. “Não compreendo isto. Lamento profundamente o que fizeram. Estamos a fazer tudo o que podemos para ajudar”, disse Sophie Bonnery à BFM TV na sexta-feira, enquanto se encontrava no exterior do edifício em ruínas, muito queimado.

O primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, deveria anunciar um conjunto de medidas para ajudar os agricultores, que exigem melhores salários e condições de vida, ainda nesta sexta-feira.

Esta sexta-feira também, os agricultores franceses bloquearam uma das principais auto-estradas que ligam Paris à cidade nortenha de Lille e à Bélgica, provocando longos engarrafamentos de trânsito, no âmbito dos protestos nacionais contra os baixos preços dos alimentos e o excesso de burocracia. Os sindicatos apelaram ao bloqueio das estradas em Paris e arredores para aumentar a pressão sobre o Governo do primeiro-ministro Gabriel Attal, que os agricultores acusam de não fazer o suficiente para os ajudar. “Vamos entrar em Paris para mostrar a nossa raiva, as nossas queixas”, disse o agricultor Matteo Legrand.

A secção da região parisiense do sindicato dos agricultores FNSEA planeia montar 11 bloqueios de estrada nos principais eixos pendulares à volta de Paris, incluindo as auto-estradas n.º 6, n.º 10 e n.º 13, de acordo com um documento de planeamento visto pela Reuters.

Os agricultores franceses têm estado a protestar para instar o Governo a fazer mais para os ajudar. Na terça-feira, em tractores e camiões, levaram mais longe os seus bloqueios de estradas, resultando em vários engarrafamentos e um acidente fatal, enquanto os sindicatos pediam ao Governo que diminuísse a sua pressão por preços mais baixos ao consumidor e reduzisse as regulamentações ambientais.

“Não levantaremos os bloqueios enquanto o primeiro-ministro não fizer anúncios muito concretos. O tempo das conversas acabou, é preciso agir”, afirmou Arnaud Gaillot, presidente do Sindicato dos Jovens Agricultores.

Os protestos estão agora a afectar o tráfego que tenta entrar em França vindo de Espanha através da auto-estrada AP-7 que percorre a costa mediterrânica desde o Sul de Espanha até à fronteira. Cerca de 20.000 camiões espanhóis entram diariamente em França. A federação nacional de associações de transportes de Espanha disse que alguns camiões espanhóis tinham sido alvo de ataques na fronteira e o ministro da Agricultura espanhol, Luis Planas, condenou tais actos, dizendo aos jornalistas que os ataques a camiões são “absolutamente inaceitáveis”. “Respeitamos plenamente o direito de manifestação e o direito de exprimir livremente a sua opinião, mas sempre com respeito e de forma pacífica, e não com meios violentos e coercivos”, afirmou.

O serviço de trânsito da Catalunha, Transit, disse no X que as faixas norte da AP-7 estavam bloqueadas no município fronteiriço de La Jonquera, e partilhou vídeos online que mostram longas filas de camiões.

Responsáveis da Fenadismer, federação espanhola das associações de transportes, divulgaram imagens de um camionista espanhol obrigado a esvaziar 20.000 litros de vinho do seu depósito e acusou os manifestantes franceses de vandalismo e destruição de bens. “As reivindicações justas que envolvem actos intoleráveis perdem toda a legitimidade”, escreveram no X, antigo Twitter.

Andres Gongora, da associação de agricultores COAG, afirmou que os agricultores espanhóis compreendem a razão do protesto dos agricultores franceses e partilham algumas das suas reivindicações. “O que não conseguimos entender é que eles estejam a concentrar os seus protestos na produção espanhola, quando nós somos membros da União Europeia, tal como eles”, disse Gongora. “A livre circulação de mercadorias deve ser garantida.”

Os agricultores franceses continuam os seus protestos com bloqueios de estradas e manifestações em frente a edifícios estatais, aguardando uma resposta do Governo ao seu pedido de ajuda “imediata” de várias centenas de milhões de euros. Em 23 de Janeiro, o Conselho Agricultura e Pescas da UE sublinhou a importância de criar as condições necessárias para que os agricultores da UE possam garantir a segurança alimentar de forma sustentável e rentável, bem como assegurar um rendimento justo para os agricultores.