Teatro Viriato com uma temporada marcada pela liberdade
Um dos objectivos desta temporada “inclusiva e eclética” é ter mais 15% de público. Estreias de companhias do distrito e a vinda da cantora franco-venezuelana La Chica constam do programa.
O Teatro Viriato, em Viseu, vai acolher duas estreias de co-produções de companhias do distrito e dois espectáculos internacionais com datas únicas em Portugal, durante uma temporada marcada pela premissa da liberdade e num ano em que o teatro viseense assinala 25 anos de programação ininterrupta e os 50 anos do 25 de Abril.
"Essas duas datas estiveram sempre presentes enquanto pensámos a programação", disse nesta quinta-feira o director artístico, Henrique Amoedo, que apresentou a temporada de Fevereiro a Julho. O programa, no entanto, não tem momentos "que pontuem especificamente a liberdade ou o 25 de Abril, mas a liberdade está presente em tudo o que o Teatro Viriato faz e apresenta", ressalvou Amoedo, que assumiu funções do Teatro Viriato em 2022 e dirige ainda a companhia Dançando com a Diferença.
A programação até Julho inclui 49 projectos, 29 espectáculos, nove momentos de formação, onze residências e 13 co-produções, duas das quais se irão estrear no palco do Viriato, nomeadamente Mãe, da Mochos no Telhado (23 de Fevereiro), e Corpo Título, da Amarelo Silvestre (10 de Maio), ambas companhias do distrito de Viseu e ambos os espectáculos a reflectirem sobre a condição feminina.
O responsável destacou igualmente as onze residências artísticas que ocupam as salas do Teatro Viriato, uma das quais resultou no espectáculo Paisagens Inúteis, de Vanda Rodrigues, que será apresentado em Junho, na Mata do Fontelo.
Quantos a espectáculos internacionais, serão seis nesta temporada, dois dos quais com data única em Portugal: a franco-venezuelana La Chica, que esteve no Festival Músicas do Mundo em 2023, leva a 3 de Fevereiro a Viseu o seu álbum La Loba, cabendo-lhe inaugurar a temporada; e a 27 de Abril, o espectáculo Sonoma, de Marcos Morau e da companhia espanhola La Veronal, que é, segundo Amoedo "uma das principais companhias de dança do mundo", coloca de novo a tónica no papel da mulher "e a conquista de liberdade desde o 25 de Abril". Também BU!, da brasileira Vanessa Garcia (23 e 25 de Maio) lidará com o tema, colocando em palco uma boneca com inteligência artificial e questionando a objectificação do corpo feminino.
Um mês depois, o Parque de Santiago acolherá B.O.B.A.S. - Banda Orquestral de Cerimónia Funeral, da companhia espanhola Jimena Cavalletti.
Na apresentação da temporada, Henrique Amoedo frisou ainda que um dos objectivos para 2024 é aumentar o seu público em 15%, apostando numa programação"inclusiva e ecléctica": "O Viriato tem de ter responsabilidades e criar objectivos e desafios próprios. Se o conseguirmos neste ano, é muito bom. Quer dizer que vamos ter 2100 pessoas a mais entre o nosso público", considerou.