Colômbia vai declarar catástrofe natural devido a incêndios florestais
A Colômbia apagou cerca de 204 incêndios este mês - cerca de oito por dia - e 25 incêndios continuaram activos, de acordo com um relatório do Ministério do Ambiente e da agência de catástrofes.
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, disse esta quarta-feira que vai declarar que os incêndios florestais que estão a arder no país são um desastre natural, libertando fundos para combater as chamas num contexto de temperaturas elevadas e do fenómeno climático El Niño.
A Colômbia apagou cerca de 204 incêndios este mês - cerca de oito por dia - e 25 incêndios continuaram activos, de acordo com um relatório do Ministério do Ambiente e da agência de catástrofes.
Quase metade do orçamento de 466 milhões de euros para enfrentar os problemas causados pelo El Niño, como o combate aos incêndios, já foi gasto, segundo o relatório.
Declarar um desastre natural "significa que alguns itens do orçamento podem ser transferidos para outras áreas para resolver os problemas que surgem, como a transferência de recursos para que os helicópteros possam ser colocados em ação para apagar os incêndios", disse Petro a jornalistas na província colombiana de Cauca.
Na tarde de quarta-feira, o fumo era libertado de uma área montanhosa e arborizada a leste da capital Bogotá, enquanto os helicópteros transportavam água para combater o incêndio. A Colômbia, um dos países com maior biodiversidade do mundo, está a ver os efeitos da sua típica estação seca combinados com o forte El Niño, que normalmente produz um clima mais quente e seco.
Cerca de 952 municípios colombianos estavam em alerta na quarta-feira devido à ameaça de incêndios, mais de metade dos quais estavam em alerta vermelho, informou o Ministério do Ambiente.
No início deste mês, a Ministra do Ambiente da Colômbia, Susana Muhamad, alertou o país para o grave risco de incêndios florestais que podem agravar a desflorestação.
As alterações climáticas são responsáveis por uma seca recorde que atingiu os nove países da bacia amazónica - incluindo a Colômbia - de acordo com um estudo realizado na quarta-feira, que concluiu que o aquecimento global tornou a seca 30 vezes mais provável. Muitos cientistas defendem que a seca deverá agravar-se este ano.