EUA atacam instalações de milícias no Iraque

Operação foi desencadeada depois de quatro soldados norte-americanos terem sido feridos no ataque da Kataib Hezbollah à base aérea de Ain al-Asad no sábado.

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Mohammed Shia Al Sudani, primeiro-ministro iraquiano, tem um controlo limitado sobre algumas facções apoiadas pelo Irão, de cujo apoio necessitou para conquistar o poder há um ano GIAN EHRENZELLER/EPA
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Os Estados Unidos levaram a cabo ataques no Iraque, esta terça-feira, contra três instalações ligadas a uma milícia apoiada pelo Irão, informou o Pentágono, após um ataque no fim-de-semana a uma base aérea iraquiana que deixou quatro soldados norte-americanos feridos.

A tropa norte-americana estacionada no Iraque e na Síria foi atacado cerca de 150 vezes por militantes alinhados com o Irão desde o início da guerra Israel-Hamas, em Outubro, criando pressão sobre o Presidente dos EUA, Joe Biden, para responder militarmente, apesar das sensibilidades políticas em Bagdad.

No sábado, quatro norte-americanos sofreram lesões cerebrais traumáticas depois de a base aérea iraquiana de Ain al-Asad ter sido atingida por mísseis balísticos e rockets disparados por militantes apoiados pelo Irão no Iraque.

"As forças militares norte-americanas realizaram ataques necessários e proporcionais contra três instalações utilizadas pelo grupo de milícias Kataib Hezbollah, apoiado pelo Irão, e por outros grupos afiliados ao Irão no Iraque", afirmou o secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, num comunicado.

"Estes ataques precisos são uma resposta directa a uma série de ataques em escalada contra elementos dos EUA e da coligação no Iraque e na Síria por milícias patrocinadas pelo Irão", acrescentou Austin.

O Comando Central dos Estados Unidos, que realiza operações no Médio Oriente, afirmou que os ataques visaram "quartéis-generais, armazéns e campos de treino de foguetes, mísseis" e drones da Kataib Hezbollah.

No Iraque, uma fonte médica e uma fonte das milícias afirmaram que os ataques norte-americanos mataram pelo menos dois militantes e outras quatro pessoas ficaram feridas.

O porta-voz militar do Kataib Hezbollah, Jaafar al-Husseini, disse num post no X (antigo Twitter) que o grupo continuará a atacar "bases inimigas" até ao fim do cerco israelita em Gaza e destacou o apoio dos EUA à campanha israelita.

Os ataques contra os EUA são vistos como uma retaliação pelo seu apoio a Israel na guerra contra o grupo palestiniano do Hamas, apoiado pelo Irão. A guerra em Gaza tem vindo a alastrar, com as forças americanas a atingirem alvos da milícia houthi no Iémen por estes atacarem navios no mar Vermelho.

Os EUA têm 900 soldados na Síria e 2500 no Iraque, aconselhando e ajudando as forças locais a evitar o ressurgimento do Daesh (Estado Islâmico), que em 2014 se apoderou de grandes partes dos dois países antes de ser derrotado.

O gabinete do primeiro-ministro iraquiano, Mohammed Shia al-Sudani, anunciou medidas para expulsar as forças norte-americanas na sequência de um ataque de drones dos EUA em Bagdad, no início deste mês, que foi condenado pelo Governo do Iraque. O Pentágono afirmou que o ataque matou um líder da milícia responsável por recentes ataques contra os EUA.

Sudani tem um controlo limitado sobre algumas facções apoiadas pelo Irão, de cujo apoio necessitou para conquistar o poder há um ano e que agora formam um bloco poderoso na sua coligação governamental.

O Pentágono afirmou que não foi formalmente notificado de quaisquer planos para pôr termo à presença de tropas americanas no país e que os seus soldados são enviados para o Iraque a convite do Governo de Bagdad.

Na sequência do ataque dos EUA, Abu Alaa al-Walai, um dos comandantes da milícia iraquiana sancionados pelos EUA no ano passado por envolvimento em ataques contra as forças norte-americanas, afirmou que as milícias iraquianas apoiadas pelo Irão, e que operam sob a bandeira da Resistência Islâmica no Iraque, deveriam expandir as suas operações, "impondo um bloqueio à navegação marítima sionista no Mar Mediterrâneo". Reuters

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