Soldados ucranianos queixam-se de falta de munições. NATO investe mil milhões

Por cada munição usada pela Ucrânia, russos disparam entre quatro e cinco. União Europeia falhou metas prometidas e NATO reforça compromisso de ajuda militar a Kiev.

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Conflito teve início em Fevereiro de 2022 Reuters/STRINGER
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Quase dois anos após o arranque da invasão russa, o conflito na Ucrânia é, neste momento, uma guerra pela corrida às munições: o resumo partiu do secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, com a União Europeia a comprometer-se com o aumento de produção de munições para colmatar a desvantagem actual de Kiev perante Moscovo. Nesse sentido, foi assinado nesta terça-feira, 23 de Janeiro, um acordo no valor de mil milhões de euros para abastecer os países da aliança com munições de artilharia e facilitar o apoio militar à NATO.

Os “alarmes” soaram já em Dezembro, após fontes militares ucranianas admitirem à BBC ordens no terreno para limitar o uso de certas armas. Mísseis e explosivos eram escassos e usados apenas em necessidades absolutas, algo que dificultava não só a reconquista de terreno, mas também a capacidade de resistência contra as ofensivas russas. Por cada bala ou projéctil disparado pelos ucranianos, os homólogos russos usam entre quatro e cinco. Em Novembro, a União Europeia falhou a meta de um milhão de munições prometidas à Ucrânia.

De modo a sensibilizar os parceiros internacionais, os soldados relembraram o risco de o conflito se alastrar a outras nações, pedindo um reforço de munições que permitisse usar efectivamente o armamento cedido por vários países.

Do lado oposto, a Rússia intensificou os ataques contra as cidades ucranianas. Em muitas destas ofensivas são usados mísseis de fabrico norte-coreano, armamento cedido ao Kremlin pelo regime de Kim Jong-un. Os responsáveis norte-americanos e europeus temem que as munições cedidas pelos norte-coreanos – um milhão, de acordo com algumas estimativas – possam fazer a diferença. Estima-se ainda que os russos tenham produzido outros dois milhões de munições em 2023, afastando-se o cenário de escassez vivido do lado ucraniano.

Em ano de eleições na Rússia, a Ucrânia prevê que as ofensivas sejam intensificadas no início do ano para ganho político de Putin. Neste sábado, o conselheiro presidencial Mikhailo Podoliak voltou a fazer novo pedido aos aliados, relembrando que a linha da frente tem 1300 quilómetros de extensão: “O problema nesta fase da guerra é que o número de armas, drones, granadas ou armamento de artilharia não estão distribuídos uniformemente. Temos de igualar [os campos].”

Na madrugada desta terça-feira, ataques russos atingiram zonas residenciais em Kiev, Kharkiv e Pavlograd. Pelo menos cinco pessoas morreram e 40 ficaram feridas.

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